Professora Bebel
Nota na seção Painel do Jornal Folha de S. Paulo, na edição do último sábado, 25 de outubro, informa que material didático disponibilizado pelo governo de Tarcísio de Freitas aos estudantes da rede estadual de ensino afirma ter a Segunda Guerra Mundial ocorrido na década de 1950. Este é apenas mais um episódio bizarro da gestão do secretário Renato Feder na educação paulista, que nosso mandato parlamentar, bem a APEOESP, há muito vêm denunciando como autoritária, repleta de políticas equivocadas e descompromisso com a qualidade do ensino.
A pretexto de modernização e eficiência, o atual governo foca em corte de gastos, privatizações, militarização das escolas, a total plataformização digital do processo ensino-aprendizagem (contrariando recomendações e estudos nacionais e internacionais), assédio moral, medidas de controle sobre professores, funcionários e estudantes e ações punitivas aos profissionais da Educação, violando direitos legais, levando a justiça a decidir a favor da APEOESP em ações judiciais. As consequências dessas políticas se tornam evidentes: conflitos, estagnação ou queda na aprendizagem, desmonte das carreiras profissionais, adoecimento de professores e funcionários, evasão escolar, entre outras.
A redução da dotação orçamentária da Educação, de 30% para 25%, significando um corte de R$ 11 bilhões em 2025, foi feito sob o argumento de que esses recursos seriam aplicados na Saúde. Entretanto, a Educação sofre com a perda desses recursos e a Saúde em nada melhorou sob este governo.
Todos se recordam que o secretário Renato Feder afirmou que daria “tchau” aos profissionais da Educação que não atingissem as metas arbitrárias que ele impõe nas escolas e nas Diretorias de Ensino (atualmente denominadas de Unidades Regionais de Ensino). Este novo fato publicizado pelo jornal Folha de S. Paulo demonstra que não são os professores merecedores de um “tchau”. As professoras e os professores da rede estadual de ensino trabalham nas condições mais adversas, são mal remunerados, são aviltados em seus direitos e, no entanto, estão dia após dia nas escolas oferecendo aos estudantes e à sociedade esforço e dedicação para formar crianças e jovens.
A sociedade paulista terá a oportunidade, em 2026, de eleger outro projeto político e educacional no Estado de São Paulo. Um projeto verdadeiramente comprometido a cidadania e com o futuro. Que seja cuidadoso e dedicado à aprendizagem dos estudantes, que realize a gestão democrática e que valorize os profissionais da Educação. Que assim seja.
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Professora Bebel é Deputada Estadual – PT e segunda Presidenta da APEOESP