EZO – Artista brasileiro apresenta exposição em Nova York

Da periferia do Rio a Manhattan: EZO transforma resíduos em arte.CRÉDITO: Divulgação

Resíduos urbanos atravessam o Atlântico e ganham nova vida nas mãos do artista plástico contemporâneo EZO, nascido no subúrbio do Rio de Janeiro, em Nilópolis. Reconhecido por transformar descarte em crítica social e poética visual, o artista apresenta sua primeira exposição individual em Nova York na Saphira & Ventura Gallery, em Manhattan, um dos espaços mais dinâmicos da cena de arte contemporânea internacional.

“O trabalho de EZO dialoga profundamente com o perfil contemporâneo da galeria ao  abordar temas relacionados à urbanidade, identidade e cultura de rua. Sua estética, que mistura elementos de descarte, do grafite e do cotidiano do subúrbio carioca, traz uma perspectiva moderna e inovadora”, destaca a curadora da Saphira & Ventura Gallery, Alcinda Saphira.

A mostra reúne obras inéditas e emblemáticas de sua trajetória, criadas a partir de CDs, vinis, disc lasers, lonas e toldos urbanos. Esses materiais, antes abandonados, se convertem em camadas de memória e texturas cromáticas que questionam consumo, precariedade e permanência. O gesto de EZO devolve potência àquilo que foi descartado, transformando resíduos em futuro e arte em reflexão social.

Para Alcinda Saphira, a chegada do artista ao circuito nova-iorquino reforça a importância da exposição do artista, que conecta a estética urbana do subúrbio com arte, para a galeria de Manhattan: “É importante para destacar a diversidade de vozes na arte contemporânea, especialmente aquelas oriundas do subúrbio carioca, que muitas vezes permanecem à margem dos circuitos tradicionais”, pontua.

Segundo Mariana Bahia, idealizadora do Instituto Vozes do Mundo e responsável pela parceria Rio de Janeiro–Nova Iorque, a chegada de EZO ao circuito internacional legitima a potência cultural da Grande Rio e amplia a visibilidade da arte produzida a partir do subúrbio carioca. “No contexto atual, em que o mercado ganha cada vez mais força e há uma crescente presença de novos artistas, encontrar aqueles que mantêm coerência entre discurso e prática, entre o olhar e o fazer, é o maior desafio, O EZO não apenas retrata essa potência: ele a vivencia de forma visceral e genuína”, afirma.

EZO – É um artista plástico, nascido em Nilópolis, subúrbio do Rio de Janeiro, cuja poética parte do reaproveitamento de materiais descartados como gesto de memória, crítica e reinvenção. Inspirada por experiências da infância, sua obra atravessa o campo da pintura e instalação, com forte presença visual.

Em 2024, realizou a exposição individual A Arte do Belo Reuso no Parque Glória Maria, e integrou, em 2025, a coletiva Se Tudo Fosse Cinza, no Espaço Cultural Correios Niterói. Atua também nas redes como @ezo_art_, onde compartilha a visceralidade de seus processos.

Por meio do uso expressivo das cores, seu trabalho visa democratizar o acesso à arte e despertar o interesse por ela em todos os níveis da sociedade. A cultura popular brasileira também está presente em sua obra contemporânea, que, através da beleza e da cor, incentiva a autoestima e reforça o valor do povo ao se ver refletido na arte plástica.

Em agosto de 2025, EZO apresentou a exposição individual “Pra tudo começar na quarta-feira”, no Canteiro, em Vila Madalena, São Paulo, reunindo obras criadas a partir de materiais descartados e inspiradas no Carnaval do Rio. De 16 a 23 de agosto, o público conferiu a energia, o ritmo e a crítica social presentes em seu trabalho, em uma mostra que celebra cor, movimento e criatividade.

 

 

 

 

 

 

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