CAPIAU POLÍTICO

Foto: Divulgação

NO PSD

O ex-prefeito Barjas Negri assina ficha de filiação ao PSD, legenda presidida pelo secretário Gilberto Kassab, e do prefeito Helinho Zanatta, eleito em outubro passado, derrotando o ex-ministro da Saúde de FHC. As especulações começaram bem ontem de manhã, pois um nome faz parte da movimentação: o de Erick Gomes, empresário, e pré-candidato a deputado federal. Aos poucos, este idoso e cansado Capiau vai observando as nuvens.

SEM NOVIDADE

A filiação de Barjas Negri ao PSD não é novidade. Faz tempo que Andrea Matarazzo, um dos braços direitos de Fernando Henrique Cardoso, disse numa entrevista a um canal de televisão da Capital. Que logo viria para o PSD o ex-prefeito de Piracicaba. Mas, a seu modo, Barjas nada comentou, porque é seu estilo, todos sabem: ele é estrategista.

MOEDA — I

Só disse, certo dia, a este idoso e cansado Capiau, que jogaria uma moeda para cima e seria cara ou coroa. “Ou pode cair de pé”, disse. E, pelo jeito, bem de forma irônica, como afirmou, caiu em pé (a expressão pode ser usada das duas formas na Língua Portuguesa).

MOEDA — II

Pelo jeito, numa carruagem difícil de saber para onde vai, dependerá essa moeda de alguém para virar cara ou coroa. Ficará em pé ou de pé por algum tempo. Em outras palavras, o Diretório local do PSD será inflado por integrantes do ninho tucano e não é preciso comentar como atuará o prefeito Helinho Zanatta (PSD) para 2028, sabendo que 2026 já chegou.

BORRACHA — I

Ao comentar a filiação do ex-prefeito Barjas Negri ao PSD (Partido Social Democrático), a ex-vereadora e ex-secretária de Cultura, Rosângela Camolesi, a Rô, foi direta na veia: “Quem está na política, precisa andar com a borracha no bolso”. Falou bem. E está pensando para qual legenda irá.

BORRACHA — II

Este idoso e cansado Capiau só pensa alto, baseado no enunciado da borracha. E pergunta: quando Barjas Negri (PSD) usará a borracha em relação ao vereador Laércio Trevisan Junior (PL) e o secretário executivo do Avante no Estado, Edvaldo Brito.

ERRO

Falha de revisão em artigo do vereador Pedro Kawai (ainda no PSDB): o correto é 117 anos da Imigração Japonesa ao Brasil. Nossas desculpas.

REMANEJAMENTO – I

Deu o que falar o adiamento do remanejamento de R$ 64 milhões no Orçamento Municipal de 2025, ocorrido na reunião ordinária de quinta (26). Mesmo com a aprovação na segunda (23), em primeira discussão, a base do prefeito Helinho Zanatta (PSD) acatou sugestão do vereador Cassio Fala Pira (PL), que é contrário à proposta do Executivo, e decidiu adiar a votação para segunda (30).

REMANEJAMENTO – II

Com o adiamento, tanto a base do prefeito na Câmara quanto a própria Prefeitura de Piracicaba, com postagem em rede social, decidiram atribuir um eventual atraso no pagamento dos servidores públicos municipais ao pedido de adiamento feito pela oposição na Casa de Leis. A tese é de que, como o PL 136/2025 não foi aprovado na quinta (26), não seria possível rodar a folha de pagamento na segunda (30), último dia de junho.

REMANEJAMENTO – III

Este Capiau, idoso e cansado, não conseguiu entender se acatar o adiamento foi estratégia ou se foi um equívoco da articulação da base do prefeito no Legislativo. É que, claramente, a tentativa de “jogar nas costas da oposição” um eventual atraso no pagamento dos servidores públicos municipais, não colou. Primeiro, porque o projeto já foi aprovado em primeira discussão; e também porque o prefeito tinha base para aprovar na quinta (26).

REMANEJAMENTO – IV

A estratégia pegou mal e disso ninguém duvida. A operação ‘abafa’ aconteceu ao longo da tarde de sexta (27), quando vereadores da situação pediram – e o presidente da Câmara acatou –, a antecipação da reunião extraordinária para votar o PL 136/2025 na manhã de segunda (30). A lógica é que, desta forma, a Administração terá tempo hábil de rodar a folha de pagamento dos servidores e não atrasar o pagamento.

REMANEJAMENTO – V

É preciso as coisas às claras: na sociedade em geral, a leitura é de que o PL 136/2025 irá remanejar recursos das secretarias de Saúde, Educação e Assistência Social para pagar servidores comissionados – criados na reforma administrativa realizada nos primeiros dias de janeiro deste ano. A ameaça de não pagar os servidores de carreira pegou mal, tanto para base na Câmara quanto para o prefeito.

REMANEJAMENTO – VI

E aqui mora o ponto mais frágil de toda essa equação: se é mentira que o PL 136/2025 desviará recursos de pastas sociais para pagar comissionados, como é a argumentação dos vereadores da base do prefeito, então isso precisa estar esclarecido de maneira clara, a partir das propostas de alterações das dotações orçamentárias dentro do projeto. Não dá para ficar apenas no ‘gogó’, no diz-que-me-disse. Precisa estar às claras.

REMANEJAMENTO – VII

Como ainda não está claro aonde irão (boa) parte dos R$ 64 milhões que estão sendo remanejados, então a oposição, e a sociedade em geral, tem elementos para duvidar da argumentação do prefeito e dos vereadores da base. Porque, na política, todos sabem que, quando se trata de cargo comissionado, também está se falando em apoio político. E aqui, este idoso e cansado Capiau não diz que é ilegal (ou imoral), mas é assim mesmo.

REMANEJAMENTO – VIII

É muito simples resolver esse imbróglio: é só mostrar, de maneira clara e objetiva, porque os recursos estão sendo remanejados, de onde estão saindo e para onde estão indo, sem tentar forçar a barra para passar um projeto desta magnitude às pressas. E pior: sem usar o salário dos servidores públicos municipais como forma de barganha para ganhar a opinião pública. Transparência, em dose cada vez maior, não faz mal a ninguém.

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