
Agência de comunicação Alessá deu início quinta (15) a um experimento prático e inédito que promete mexer com os alicerces do marketing tradicional. Durante 30 dias, a agência vai explorar os limites da Inteligência Artificial (IA), colocando à prova seu impacto em estratégias reais, produção de conteúdo e geração de resultados.
Diferente dos tutoriais genéricos e do hype superficial que muitas vezes envolve a IA, o projeto aposta em uma abordagem corajosa, transparente e baseada na experimentação. Os bastidores serão expostos em tempo real, com erros, acertos e aprendizados compartilhados com o público pelas redes sociais da agência.
“Sempre acreditamos na força da prática e da criatividade humana. Por isso, decidimos criar um experimento real, com um objetivo ousado: testar o potencial da IA aplicada ao marketing de verdade, com foco em performance, posicionamento e inovação”, afirma Alexandre Scalise, CEO da Alessá.
A ideia surgiu a partir da inquietação com o avanço acelerado das novas tecnologias e da presença cada vez maior da IA nas conversas do cotidiano. “Até o Papa, ao escolher seu nome litúrgico, sinalizou que a Inteligência Artificial será uma das pautas centrais do futuro”, comenta Scalise, com bom humor.
O experimento é dividido em quatro fases: lançamento e posicionamento, engajamento e autoridade, provas sociais e interação com a audiência, e conversão e resultados tangíveis, com atualizações semanais e vídeos. Ao longo do mês, serão apresentados estudos de caso, análises de performance e demonstrações práticas do uso de ferramentas de IA em projetos de conteúdo, campanhas e prospecção de negócios.
Apesar do entusiasmo com as possibilidades, Scalise alerta: “O maior mito é achar que basta apertar um botão e a IA faz tudo. Ela não substitui a criatividade, o olhar humano, a sensibilidade estratégica. Mas quando bem usada, pode acelerar, complementar e transformar processos. O segredo está na combinação entre inteligência artificial e inteligência humana”.
Um dos diferenciais do projeto é justamente a transparência. A Alessá se propõe a mostrar o que deu certo, o que não funcionou e o que aprendeu em cada etapa, transformando o experimento em um verdadeiro reality de marketing com IA, sem roteiro, sem filtros, com muita verdade. “A IA não sente, não vive, não interpreta contexto. Por isso, é a criatividade humana que dá alma à estratégia. A curadoria faz toda a diferença nesse contexto”, conclui Alexandre.
A ENTREVISTA
Alexandre Scalise é executivo da agência Alessá. Publicitário e jornalista, formado em marketing, especialista em criação de conteúdo, marketing digital e marketing político, e esclarece as dúvidas sobre o tema.
P — De onde surgiu a ideia de criar um experimento prático envolvendo inteligência artificial, marketing e comunicação? O que motivou esse projeto?
R — A ideia nasceu da nossa inquietação diante do avanço acelerado das novas tecnologias, em especial da inteligência artificial no mercado e da quantidade de pessoas que vem falando sobre o tema em seu dia a dia. O próprio Papa Leão XIV em sua escolha do seu nome litúrgico, diante da proeminência dessa ferramenta para o futuro da humanidade.
A Alessá sempre acreditou na força da experiência da prática de nossos profissionais, por isso, decidimos criar um experimento real, com um objetivo ousado: testar o potencial da IA aplicada a estratégias reais de comunicação, criação de conteúdo e prospecção de novos negócios.
P — Na sua visão, quais são os maiores mitos ou equívocos que ainda cercam o uso da IA no mercado de marketing hoje?
R — O maior mito é o de que a IA vai substituir o trabalho humano por completo, especialmente nas áreas criativas. A curadoria é fundamental para que o trabalho seja de fato relevante. Outro equívoco bastante comum é achar que basta apertar um botão e a IA entrega algo mágico e pronto. A verdade é que o valor real surge da combinação entre inteligência artificial e inteligência estratégica. Muita gente também acredita que a inteligência artificial é inacessível ou complexa, seja no ponto de vista operacional ou sob o aspecto financeiro, quando, na verdade, ela já está ao alcance de qualquer profissional. O desafio é saber como usar bem.
P — Quais são os principais desafios que a Alessá encontrou ao unir criatividade humana com inteligência artificial nas estratégias de comunicação?
R — O maior desafio foi encontrar o ponto de equilíbrio entre tecnologia e autenticidade.
A inteligência artificial é rápida, objetiva e eficiente, mas ela não sente, não vive, não carrega repertório cultural nem entende o tom de uma marca de forma natural. Na Alessá, entendemos que o papel da criatividade humana é dar alma à estratégia, interpretar contextos, narrar histórias com verdade. Então o desafio não foi apenas usar a IA, mas usá-la com propósito e personalidade.
P — O experimento promete compartilhar resultados reais e sem filtro. O que o público pode esperar acompanhar ao longo desses 30 dias?
R — Transparência. O público vai ver os bastidores, os testes, os erros, os acertos, tudo em tempo real. Por isso, esse projeto não é um prato pronto. Está sendo construído no dia a dia, a partir de insights, resultados e principalmente da sugestão e do sentimento de quem acompanha cada nova etapa. Vamos compartilhar ideias que funcionaram, posts que não performaram, estratégias que geraram engajamento ou não, e principalmente: o impacto disso tudo nos resultados de negócio. Estamos falando de um reality de marketing com inteligência artificial, só que sem roteiro e com muita verdade.
P — Pensando no futuro, como você enxerga o papel da IA nas agências e nos negócios? Ela veio para substituir, complementar ou transformar os profissionais da área?
R — A inteligência artificial não veio para substituir, veio para acelerar, complementar e transformar. Os profissionais que enxergarem a IA como uma aliada vão sair na frente, porque vão ganhar tempo, escala e eficiência. É preciso abandonar o preconceito que os próprios criativos ainda têm em usar essas plataformas. Sob essa leitura ainda estaríamos desenvolvendo logos com lápis. A tecnologia é aliada da humanidade. Nas agências, a IA pode cuidar de processos repetitivos, gerar ideias iniciais, sugerir caminhos. Mas a criação estratégica, o olhar humano, o pensamento crítico e a sensibilidade de comunicação continuam sendo insubstituíveis. É o que eu chamo de curadoria. O futuro pertence a quem souber usar as ferramentas sem perder a essência.