Requalificação do Centro: reflexões da sociedade civil

Carlos Roberto Rodrigues

Cidade com aproximadamente 500.000 habitantes, líder de uma região metropolitana com 24 municípios, densidade populacional de 1.500.000 de pessoas e com um PIB bastante considerável, Piracicaba deixa de ser tratada de uma forma simplista e provinciana para ser protagonista de um desenvolvimento regional planejado e sustentável, democrático, produtivo e com visão estratégica sobre o futuro.

Nessa visão estratégica de mundo, de rápidas transformações e de cobranças a toque de caixa, cada problema estrutural da cidade tem que ser entendido pelos que detém o poder municipal pelo princípio de uma gestão moderna, transparente e compartilhada. Deve existir uma equação de corresponsabilidade entre governo municipal, iniciativa privada, organizações, entidades, conselhos civis e comunidade.

Nas cidades consideradas inteligentes, não há mais espaço para atitudes arbitrárias e unilaterais. Não se resolvem mais os problemas municipais olhando apenas os interesses de poucos e, pior ainda, sem a participação da sociedade civil e sem a criação de uma grande teia de debates, trocas de ideias e comunicação eficiente.

Essa concepção moderna de transparência na resolução de problemas urbanos de interesse coletivo, serve, também, da mesma forma, para a proposta que vem sendo elaborada e divulgada pelo governo municipal visando a requalificação e ressignificação do Centro e da praça central.

Para que a leitura deste artigo seja facilitada para todos, é  oportuno esclarecer o significado de cada processo de intervenção urbana que pode ser utilizado em espaços públicos degradados:

REVITALIZAÇÃO

Ação de dar uma nova vida ao Centro, trazer mais vitalidade, reviver um espaço público deteriorado pelo tempo;

REQUALIFICAÇÃO

Intervenção urbana com a finalidade de alterar  ou melhorar um determinado espaço público;

RESSIGNIFICAÇÃO

Termo muito utilizado em neurolinguística e hoje amplamente adotado por governos ditos democráticos com o sentido de dar um novo olhar para um espaço público degradado e uma nova forma de percepção de “pertencimento” de todos às mudanças requeridas.

Que bom que a Prefeitura Municipal em parceria com uma empresa privada estuda a requalificação e a ressignificação da área que engloba o centro e a praça central, pois é exatamente isso que a sociedade aguarda há tempos: um projeto inovador, sustentável, com visão de curto, médio e longo prazos, com olhar metropolitano e, principalmente, bem debatido, com confrontos de ideias, com análises de sugestões humanísticas, pois o Centro significa uma simbologia e o coração pulsante da cidade. O Centro são as pessoas e as suas histórias!

Portanto, a requalificação e a ressignificação do Centro, atualmente em estado de degradação, deve levar em conta também atender às seguintes finalidades: nova forma de convivência humana solidária e respeitosa devido à heterogeneidade social e econômica das pessoas, a valorização dos espaços residenciais e comerciais, a propagação  planejada de atividades culturais, atendimento profissionalizado de assistência social e saúde públicas às  pessoas em situação de rua e dependentes químicos, melhor acessibilidade através de transporte eficiente, moderno e econômico,  controle eficaz de trânsito, atenção à segurança municipal e militar, iluminação eficiente, arborização mais ampla, modernização do espaço comercial dos artesãos, readequação do espaço disponibilizado aos taxistas locais,  controle ativo e contínuo ao patrimônio histórico e arquitetônico e, finalmente, levar em consideração que existe um amplo espaço pertencente à Catedral de Santo Antônio.

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Carlos Roberto Rodrigues, engenheiro agrônomo, presidente do Conselho Coordenador das Entidades Civis de Piracicaba (CCECP)

 

 

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