Apure-se tudo

Dirceu Cardoso Gonçalves

O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o hospital, em São Paulo, na tarde de quinta-feira (24/08) após realizar exames preparatórios à quinta cirurgia a que se submeterá em razão da facada sofrida, em Juiz de Fora (MG), durante a campanha eleitoral de 2018. As sequelas estão presentes exigem cuidados. Bolsonaro é, com certeza, um dos mais contestados ex-governantes brasileiros. Seus adversários já conseguiram obter a decretação de sua
inelegibilidade, tentam culpá-lo como autor da suposta tentativa de golpe de Estado, da venda irregular de jóias que recebeu como presentes na condição de chefe de Estado e o engendram numa série de feitos policiais que repercutem espetaculosamente, cujo objetivo maior é abalar seu prestigio político, incriminá-lo e, se possível, até prendê-lo.

Não somos contrários à investigação severa de todos os malfeitos supostamente cometidos por governantes, parlamentares e outras figuras públicas. É preciso, no entanto, trabalhar sobre bases sólidas para evitar que a investigação seja apenas uma forma de perseguição e termine por parir um rato como na antiga estória da montanha. Que Bolsonaro e todos os políticos desse País — independente de ideologia — sejam chamados a pagar por todas as irregularidades que tenham comprovadamente cometido. Mas não por coisas não apuradas e destinadas a satisfazer seus adversários. Tudo tem de ser conduzido com isenção e honestidade. A propósito, todos os que hoje se empenham para penalizar o ex-presidente e seus aliados, fariam melhor se dirigissem pelo menos uma parte dos seus esforços no sentido de conhecer pormenores da movimentação de Adélio Bispo até o fatídico dia em que enfiou a faca na barriga do então candidato presidencial, sem se esquecerem, também de identificar quem arquitetou e custeou o crime e, inclusive, qual o interesse de quem contratou e enviou advogados caros para defender o psicopata quase assassino. Adélio, com certeza, é só um imbecil que aceitou realizar a empreitada de sangue. É preciso encontrar, identificar, processar e prender quem gestou, contratou o executor, criou álibis e, principalmente, custeou o crime. Adélio, apesar de tudo, deve ser o menos culpado, mas é o único, até hoje, encarcerado. Em tempo: os que libertaram o presidente Lula e o habilitaram a voltar ao poder, não podem se esquecer de tomar providências plausíveis, sociais e juridicamente aceitas para a conclusão dos processos e sentenças ainda hoje pendentes contra o governante. A população tem o direito de saber detalhadamente o que ocorreu e justificou as providências. Numa democracia, o povo é soberano e todos são iguais perante a lei (Constituição Federal – Artigo 5º).
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Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves, dirigente da Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo); [email protected]

 

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