Na última semana uma decisão judicial do Juizado Especial Cível de Jabaquara/SP chamou a atenção do meio jurídico. Não pela decisão, mas por entender uma situação recorrente no mundo, a sensibilidade exacerbada. O Juiz de Direito, Marcos Blank Gonçalves, negou indenização a um homem que figura como requerente e também advogado junto com outro profissional que assina pelo mesmo sobrenome.
Dr. Marcos Blank entende e afirma com “o máximo respeito, as pessoas estão ficando muito sensíveis”.
O requerente desejava receber, da ex-mulher, indenização por “dano moral” por ter recebido mensagem na rede social Instagram, em mensagem privada quando ele estava com outras duas pessoas (testemunhas).
Com toda razão lógica e sensata, o magistrado entendeu que estão querendo banalizar “o instituto do dano moral”, afinal, o homem desejou transformar um bate-papo em rede social em algo grande demais para que ele pudesse receber indenização.
Da mesma maneira que este quis vantagens pessoais em cima de pouca “e insignificante coisa”, milhares de pessoas mundo afora estão agindo de mesmo modo. Tudo é questão para ter meus direitos resguardados onde, muita gente não está sendo atacada ou sendo vilipendiada.
Nada contra quem quer defender seus direitos. No entanto, tem direito demais e dever de menos. Uma brincadeira entre colegas durante o serviço se transforma em ação penal, requerimentos irreais.
Casais divorciados onde um tenta se sobressair sobre o outro. Mães e pais entrando com ação na justiça ou querendo “justiça” por um mal entendido em escola, briga e xingamento entre colegas, servidores sendo atacados ou, estes, processando contribuintes. Enfim, todos têm direito, mas a sensibilidade, a reclamação, a queixa e as postagens do chororô nas redes sociais está demais.
Tem situações que não precisa chegar às barras dos tribunais. Uma simples conversa ou o simples ignorar o agressor já resolveria. Afinal, nem todo assunto que ganha manchetes dura mais que duas semanas na mente dos leitores e telespectadores. Algumas destas notícias bombásticas têm apenas seus 15 minutos de fama.
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Gregório José, jornalista, radialista, filósofo