Renata Perazoli
As vezes é preciso desabafar. Estamos presenciando muitos casos de violência nas escolas, acabando até em morte. Aqui em Piracicaba até ameaça a escola pública foi feita e precisou de intervenção policial para impedir e apreender os menores envolvidos. Me pergunto: o que é preciso fazer para acabar de vez com tudo isso?
Existem, no mínimo, dois tipos de violência: física e psicológica. Nós precisamos ficar atentos as duas, mas principalmente a psicológica, pois quem sofre dela muitas vezes acaba cometendo a violência física num futuro não muito distante.
De quem é a responsabilidade dos casos de violência nas escolas? Ao meu entender, é da sociedade, uma vez que nos últimos anos se pregou um discurso da violência muito forte, vindo de autoridades, muitas vezes replicados nas famílias, que acabaram sendo “exemplos” (muito negativos, diga-se por sinal) para esses alunos que ainda estão formando o caráter.
Mas é preciso atenção das famílias e ensinar o respeito ao próximo, aquele que pensa diferente, aquele que é diferente da gente. O respeito é a base de tudo e, nós, mães, pais ou responsáveis legais, precisamos ensinar nossos filhos e filhas a respeitar o próximo, sem fazer qualquer tipo de discriminação.
É fácil educar nossos filhos? Não! Ainda mais numa sociedade de fácil acesso a qualquer tipo de informação na palma das nossas mãos, por meio dos celulares, tablets. Mas que tal incentivar as crianças a brincarem entre elas? A lerem um livro por final de semana? A descobrir que existe vida além das telas?
Lembro da minha infância, quando brincar era normal, bem como estar com outras crianças. Brincadeiras como mamãe da rua, esconde-esconde, gato mia, elástico, bolinha de gude, taco faziam parte do nosso cotidiano e aprendíamos a viver em sociedade e a ganhar e perder. Precisamos resgatar essas brincadeiras, precisamos colocar nossas crianças em contato com outras crianças, para serem seres sociais, ainda mais depois de um longo período de isolamento social por conta da pandemia.
Deixo aqui uma proposta: vamos brincar com nossos filhos e filhas! Vamos nós também deixar as telas de lado e socializar em família e com amigos!
Aos prefeitos, governadores atentem-se para nossas escolas. Vamos encontrar a melhor maneira de combater essa violência nas escolas. Que tal chamar um debate com a sociedade para ouvir o que nós, familiares, temos a acrescentar?
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Renata Perazoli, mãe e jornalista