João Salvador
A ganância compra o ódio, mas jamais a dignidade, a decência. Temos a dádiva valiosa da vida, mas devido à avidez humana, de desejar sempre mais para si, acaba por complicá-la. É pela ambição insaciável que ocorrem os tristes fenômenos criminosos, que apressam a autodestruição humana. Por isso, siga a mandala de seus desejos para facilitar suas ações, fortalecer a percepção da realidade e renovar o estoque de energia, para que se dissipe em função de um bem maior. Muitos dos sentimentos estão relacionados com aquilo que se acredita, no que se pensa, para entender melhor como funciona a mente, ajudando-a a transformar a vida dentro da realidade.
Sentir-se derrotado e aceitar a derrota com otimismo é aprender com ela. O passado não volta, não se repetirá, a menos que se permaneça na passividade, na procrastinação, às vezes por medo, covardia ou má vontade de assumir as responsabilidades.
A atenção deve sempre ser voltada para o rumo que a mente está tomando, e, nesse contexto, diante das circunstâncias, avalia-se o desempenho: se positivo, seguir, se negativo, refletir. Para preencher a sua existência memorável, desvie a atenção das áreas que drenam o seu poder. Descubra o que faz o coração pulsar mais forte e canalize a energia para os propósitos de um novo projeto de vida. Evite que as “ervas daninhas” cresçam na sua lavoura do êxito e deixe a colheita comprometida. Ser bem-aventurado diante de um invejoso é perigoso.
Ao se dramatizar e passar muito tempo desperdiçando chances, de repente surge um buzinaço no imaginário, deixando a mente cada vez mais confusa. A alma também precisa de calma, pausa, reflexão, serenidade e faxina. Fazer uma faxina significa limpar os territórios confusos, escondidos nas trincheiras das emoções. Cada um adquire a exata noção da própria vida, dos percalços e das dificuldades.
Ser um individualista pode denotar um juízo negativo, como sinônimo de egoísmo, porém, o termo se associa também com a capacidade, o de exercer a própria individualidade, de conquista, da autonomia, da independência. Um ser autônomo tem maior liberdade de pensamentos próprios. Ninguém nasce totalmente com identidade, a não ser o estado de fusão com a própria mãe.
Fazer amizade é uma necessidade humana e o ideal é que ela seja simbiótica, na qual ambos se beneficiam. Há “amigos” parasitas, invejosos, que acabam fazendo o outro desistir da sua motivação. São parasitas e predadores que sugam e matam os sonhos e a esperança. Quem planta deseja uma colheita farta, e, para tal, são importantes as amizades sinceras. A vida nunca para de ensinar, principalmente de não compactuar com os erros, porque eles têm reparos.
Nada de apatia, de desânimo, de se entregar ao abismo da tristeza, da desilusão. Se alguém enterrou seus sonhos, seus planos, suas aptidões, cavoque-os até encontrá-los. Se alguém não gosta de você, não dê a mínima importância, cada um sabe dos seus desafios, de seus planos essenciais para uma vida mais promissora. Neste tracejar de linhas, talvez obtusas, é uma maneira de elevar sua autoestima, e, dizer que, acima de tudo, a vida é sua e agradeça-a pelas oferendas que ela propõe.
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João Salvador, biólogo e articulista