Alcoolismo na juventude

Elda Nympha Cobra Silveira

 

Os jovens bebem com os amigos, em chácaras, praias e nas baladas, disseminando um costume que está, cada vez mais, influenciando o caráter desta geração… O pior de tudo é que essa tendência está aliciando pessoas cada vez mais jovens e envolvendo as mulheres, que muitos dizem, bebem bem mais que os homens. No geral o jovem começa a beber porque o grupo o incentiva, já que todo encontro de jovens tem que ter bebida, pois esse é um comportamento tão da hora, que a pessoa que não bebe é chamada de babaca e não se afina com a “tchurma’’

Para ser aceito pelo grupo, infelizmente, o jovem tem que fazer o que os outros fazem: beber, frequentar as baladas e por aí afora. E chegar em casa quando o sol já chegou antes dele. Os que entram nas universidades, durante o trote também são incentivados a consumir álcool, pois essa é a tradição. Mas temos notícias de tantos acidentes, de tantas mortes, ocorridas nos últimos anos, por causa da ingestão exacerbada do álcool, que sempre leva a ações disparatadas e sem noção.

Muitos nem conseguem chegar à sua casa com seus carros, por causa de algum acidente, pois, como se diz no anedotário popular, os dois são movidos à álcool. A alegria proporcionada pela bebida traz, às vezes, sérios traumas e também a morte. Quando algo de grave ocorre “Não adianta chorar pelo leite derramado”. Os pais não serão os culpados: cansaram de avisar, de discutir e não foram ouvidos. Assim, apesar de não aprovarem esse comportamento deletério de seus filhos, têm que se conformar, porque o mal já está feito.

Essa é a rotina dos jovens. Nos finais de semana, ao invés de descansarem, realizarem algo de construtivo ou de útil, ficam pelas ruas, se reúnem em algum churrasco numa chácara qualquer e à noite é só a alegria das baladas. Chegam quando o dia está raiando, cansados e entupidos de bebida, dormem e não participam do almoço domingueiro. Com os olhos injetados e semiabertos mais parecem zumbis, mal humorados, falam apenas monossílabos e não se interessam por nada, pois estão com as mentes entorpecidas.

Esse comportamento é um dos primeiros passos para que a juventude se torne dependente do álcool, principalmente se já existem antecedentes hereditários na família. No fim de semana enquanto a maioria descansa, a juventude deriva para embotar ou anuviar a mente para poder suportar a chateação da semana de estudos ou trabalho que virá.

Estive num baile de formatura e fiquei pasma com o comportamento etílico dos formandos e dos parentes também. Completamente alcoolizados, por sorte chegam em casa dirigindo seu carro, enquanto outros ficam caídos nas calçadas ou dormindo dentro dos carros. Alguns colocam o carro na garagem e não conseguem abrir a porta para saírem e irem para cama.

Tudo é festa, todos acham graça e são coniventes com a desgraça iminente. Se quiserem beber, tudo bem, faz parte da festa, mas sem exagero! Vamos lembrar sempre que uma pessoa alcoolizada perde a noção da realidade e exagera nas atitudes e muitos, mais tarde, se arrependem daquilo que aprontaram.

Terminada a festa de formatura fica uma indecisão: os pais levam os filhos alcoolizados para casa ou os filhos precisam levá-los? E assim caminha a humanidade!

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Elda Nympha Cobra Silveira é escritora, artista plástica e membro da A.P. L., G.O.L. P e C.L.I.P.

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