A pedra cai não

 

Eloah Margoni

 

A pedra é aquela da pedreira do Bongue, rocha em risco de desabar e atingir a via, ou seja, a av. Jaime Pereira que dá acesso ao bairro Ondas, local bastante populoso de Piracicaba, e no momento com gente bem sacrificada, extenuada e sofrida. Mais sofrida e massacrada ainda é a população do Jupiá, bairro pelo qual passa o desvio feito há vários meses. Os vários tendem a se tornar muitos e o desvio a fazer aniversário, enquanto a própria avenida Jaime Pereira, interditada, certamente se deteriora a cada dia que passa sob as chuvas.

Pelo Jupíá, bairro modesto e antes sossegado, vai o tal desvio e passam carros, caminhões, ônibus, mais carros em fila, máquinas pesadas, tratores, outros caminhões enormes, mais fila de carros de passeio, outros ônibus fazendo tremer tudo. Depois buracos, e vem tapa buracos, interditam-se vias, tapam-se precariamente mais buracos, jogam-se monturos de entulhos de asfalto nas muito estreitas e deficientes calçadas do pobre Jupíá, para serem removidos sei lá quando.

Um atropelamento com morte já ocorreu na Jaime Pereira, antes semi-interditada.

A questão é que existem palavras as quais uma administração pública e quem se propõe a fazer parte desta deve conhecer e exercitar. São elas: visão, urgência, rapidez, estratégia correta, eficiência e muita preocupação com a população da cidade.

Não serei eu a apontar que procedimentos devem ou deveriam ter sido feitos, nem quando. Isso não me cabe pois não sou arquiteta, nem engenheira ou geóloga. Mas como contribuinte (aliás, que aumento enorme dos IPTUs, não?! aumento este, proporcionalmente muito maior para a população mais pobre do que para faixas mais altas) repito, como contribuinte atingida pelas intermináveis medidas preventivas e alterantes das vias, sou obrigada a reclamar e até a me admirar. A admiração nasce do fato que tanta gente esteja mantendo a paciente abnegação, e não tenha mantido ainda protestos ativos na Câmara de Vereadores ou defronte ao prédio da Prefeitura Municipal da cidade. Mas no passo em que a situação vai, isso pode ser demandante e não faltarem, para tal, oportunidades. Tomara que esteja eu enganada, tomara não se tornem essenciais.

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Eloah Margoni, médica

 

 

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