Ataque digital

Camilo Irineu Quartarollo

 

Na publicação do Congresso em foco, em 29/08/2022, Rudolfo Lago cita a manifestação do juiz do STF Airton da Veiga, para diligência na casa de empresários suspeitos, em que detalha como funciona o chamado Gabinete do ódio, grupo este que espalharia fakenews, com forte atuação digital e assédio eleitoral.

As fakes exploram os medos do bicho papão do comunismo, de que perderão suas casas. Mal se vê que os impostos são reajustados pela inflação, mas o salário… Ah, quem pode lhe tomar a casa é o banco. As fakes difundem febrilmente as lendas urbanas como a Mamadeira de piroca, Banheiro Unissex, as crianças da ilha de Marajó, aulas de sexo no pré-primário, cor azul para meninos e rosa para meninas, e outras mentiras para aterrorizar os pais zelosos.

O humor, quando há, é sardônico. Sem graça, carregado de escárnio. Somente preconceituosos riem. Logo se identifica o tipo de grupo que está por trás desses disparos pouco criativos. Sem ser hacker, o bom leitor de textos identifica a mensagem subliminar. Podem vir de forma “ingênua”, “amiga”, por um contato seu.

As fakes se destinam a pessoas sensíveis a um tipo de mensagem. Nossos perfis podem estar no banco de dados desses falsificadores de notícias, para nos mandar algo de que “gostemos”. Sabem se gostamos de UFO ou religião, futebol ou xadrez. As fakes têm fórmulas próprias e odientas para manobrar massas dóceis ou atacar alvos discordantes.

Comecei a me vacinar contra esses ataques “inocentes” do facebook ou Whatsapp. Confiro em sites específicos: projetocomprova.com.br, no portal do Conselho Nacional de Justiça é o www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/painel-de-chegagem-de-fake-news, no UOL lupa.uol.com.br, no g1.globo.com/fato-ou-fake, na agência pública apublica.org, no www.e-farsas.com e no nilc-fakenews.herokuapp.com, entre outros.

As fakenews distraem de questões REAIS como os milhares de mortos da pandemia, dos trinta e três milhões de famintos, do arrocho salarial, do desemprego, da Educação, da fila do osso, da carência de Políticas públicas.

Neste período eleitoral, o que começara anonimamente como fakenews é manifestado sem nenhum pudor em púlpitos, tribunas legislativas, fábricas, entrevistas, salas de aula, xingamentos a magistrados, agressões físicas a cinegrafistas, a policiais ou a populares distraídos numa praça de alimentação. Sob o pretexto da “liberdade de expressão” agridem indistintamente, com ódio, padres, bispos e até o papa.

O assédio eleitoral e mentes confusas é um fato. Empresários inescrupulosos, chefes religiosos, professores e outros impõem o voto no candidato deles. Ameaçam funcionários, fieis, alunos, faxineiras, prestadores de serviço, etc.

Entretanto, um fato notório pode pôr abaixo as ilações fake, como um estilhaço de granadas de efeito moral num jardim de domingo e caem as falsificações como efeito dominó. O diabo faz a panela, mas se esquece da tampa.

 

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Camilo Irineu Quartarollo, escrevente, escritor, autor de crônicas, historietas, artigos e livros

 

 

 

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