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Como diagnosticar o silencioso (e grave) câncer de ovário

 

Aproveitando que ainda estamos no mês de outubro, quando a campanha “Outubro Rosa”, de prevenção ao câncer de mama, ganha bastante evidência. Quero aproveitar este espaço para trazer um alerta muito importante às mulheres: o câncer de ovário é silencioso e grave. Por isso, é necessário se manter atenta aos sintomas e fatores que podem determinar o seu aparecimento.

“Muitas condições podem não apresentar sinais aparentes ou se manifestam por meio de sintomas pouco específicos, caracterizando as chamadas doenças silenciosas. Entre essas patologias, o câncer de ovário se destaca por ser o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum, ficando atrás apenas do câncer de colo de útero”, informa a jornalista especializada na área, Maria Beatriz Melero, em texto publicado no site www.minhavida.com.br.

Só por essa breve introdução sobre como pode ser ‘enganoso’ os primeiros sintomas do câncer de ovário, é importante ficar sempre atenta. O Ministério da Saúde apresenta informações que são fundamentais para entender sintomas que são precoces.

 

O QUE AUMENTA O RISCO?

Idade – A incidência de carcinoma epitelial de ovário aumenta com o avanço da idade.

Fatores reprodutivos e hormonais – O risco de câncer de ovário é aumentado em mulheres com infertilidade e reduzido naquelas que tomam contraceptivos orais (pílula anticoncepcional) ou que tiveram vários filhos. Por outro lado, mulheres que nunca tiveram filhos parecem ter risco aumentado para câncer de ovário.

A menarca (primeira menstruação) precoce (antes dos 12 anos) e a idade tardia na menopausa (após os 52 anos) podem estar associadas a risco aumentado de câncer de ovário.

A infertilidade é fator de risco para o câncer de ovário, mas a indução da ovulação para o tratamento da infertilidade não parece aumentar o risco de desenvolver a doença.

O risco de câncer de ovário com terapia hormonal pós-menopausa aparenta ser pequeno.

História familiar – Histórico familiar de cânceres de ovário, colorretal e de mama está associado a risco aumentado de câncer de ovário.

Fatores genéticos – Mutações em genes, como BRCA1 e BRCA2, estão relacionadas a risco elevado de câncer de mama e de ovário.

 

Excesso de gordura corporal – Aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de ovário.

 

COMO PREVENIR?

As mulheres devem estar atentas aos fatores de risco, manter o peso corporal saudável e consultar regularmente o seu médico, principalmente a partir dos 50 anos. O exame preventivo ginecológico (Papanicolaou) não detecta o câncer de ovário, já que é específico para detectar o câncer do colo do útero.
Na fase inicial, o câncer de ovário não causa sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas; náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante.
A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de ovário traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado. Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer é possível em apenas parte dos casos, pois a maioria só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença. Os sinais e sintomas mais comuns e que devem ser investigados são: inchaço abdominal; dor abdominal; perda de apetite e de peso, fadiga; e mudanças no hábito intestinal e/ou urinário;

Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados, principalmente se não melhorarem em poucos dias.

Diante de algum sintoma suspeito, o médico realizará o exame clínico ginecológico e poderá pedir exames laboratoriais e de imagem.

TRATAMENTO

A doença pode ser tratada com cirurgia ou quimioterapia. A escolha vai depender, principalmente, do tipo histológico do tumor, do estadiamento (extensão da doença), da idade e das condições clínicas da paciente e se o tumor é inicial ou recorrente.

 

 

Paulo Soares, presidente do Caphiv (Centro de Apoio ao HIV/Aids e Heptatites Virais).

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