Enfiando a viola no saco

Antonio Lara

 

Da condição de herói nacional Sérgio Moro vê-se associado a tudo que o leva ao descrédito.

A mais grave punição que um juiz poderia receber é a de ter julgado, por quem de direito, o STF-Supremo Tribunal Federal, como incompetente e parcial. Bastaria este julgamento para o hoje ex-juiz, Sérgio Moro, enfiar sua viola no saco e nunca mais falar de justiça e tampouco de política, menos ainda, que um dia se tornaria candidato a um mandato eletivo.

Ainda assim, tanto ele quanto sua esposa, Rosangela Moro, são candidatos a eleição deste ano: ele a senador pelo Estado do Paraná e ela a deputada federal pelo Estado de São Paulo. Daí a pergunta que não pode e nem deve calar: eles vivem separados ou qual dos dois esta falseando o seu domicilio? A própria justiça já julgou que o domicilio que Sérgio Moro confessou quando pretendia ser candidato a senador pelo Estado de São Paulo era falso. O mesmo se esperava da sua esposa, já que propagam ser um casal exemplar. Se sim, dormem juntos.

Se como juiz Sergio Moro se revelou incompetente e parcial, como político, bastou a sua curta temporada para cometer os piores comportamentos enquanto estreante no mundo da política. Festivamente filiou-se ao Podemos na pretensão de se candidatar a presidente da Republica e dele se afastou sem sequer comunicar a presidente do referido partido, no caso, a deputada federal Renata Abreu. Saiu como fugitivo e se filiou ao União Brasil, na pretensão de ser candidato a senador pelo Estado do Paraná, desta feita, traindo àquele que foi o seu maior defensor e padrinho político, o senador Álvaro Dias, com quem concorrerá e, logicamente, buscará derrotá-lo.

Dizem, e é verdade, que no nosso ambiente político a traição tem sido bastante comum, mas algumas delas são imperdoáveis, e este vem ser o caso. Jamais o senador Álvaro Dias chegou a pensar que nas eleições  deste ano a sua cria política, Sérgio Moro, viesse ameaçar a sua pretendida reeleição.

Os eleitores paranaenses estão diante do seguinte dilema: qual dos dois irá eleger, e ao próprio Sérgio Moro, em 2º turno, em quem irá votar se em Jair Bolsonaro ou em Lula.

Enquanto xerife da Operação Lava-Jato, de triste memória, Sérgio Moro comprometeu seriamente a nobre função que é reservada aos nossos juízes e muito contribuiu para a criminalização da nossa atividade política. Se assim for julgado e espero que seja, jamais será eleito.

Que o nosso ambiente precisa ser melhorado, não resta à menor dúvida, mas para tanto, gente do tipo Sérgio Moro jamais poderá integrá-lo se foi um péssimo juiz, por certo seria um péssimo político.

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Antonio Lara, articulista

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