José Maria Teixeira
Pensando como votar. Esta é uma reflexão que se impõe a todos os brasileiros sempre em se falando de eleição presidencial. Dado o conjunto de atribuições constitucionais estabelecidas para o exercício do poder executivo que compete ao presidente da republica em conexão com o poder judiciário e legislativo num estado democrático de direito. Nesta eleição presidencial de outubro próximo, refletir para votar consciente é um dever por maior razão dos indígenas, dos negros e negras. A estes esta reflexão não lhes dá o direito de escolha e sim lhes impõe que simplesmente excluam da competição o presidente que sedento busca a reeleição. E para que não haja duvidas, trata-se do Sr. Presidente Jair Messias Bolsonaro. Tem-se esperança que não venha a ser reeleito. Embora vá receber votos de indígenas, negros e negras ainda não alcançados por uma reflexão suficiente e de alguns outros votantes guiados pelas vacas madrinhas, fallsos pastores fortemente alimentadas pelo orçamento secreto, dinheiro publico ou pela alfafa oriunda do FNDE, fundo nacional de educação, balcão de negocio dos falsos pastores.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) nunca escondeu que os povos indígenas não seriam pauta em seu governo. Ainda em campanha proclamou alto e bom som o seu ódio ao
povo indígena. Desde que foi eleito, foram várias as declarações contrárias aos direitos dos povos originários.
Avisou, inclusive, que durante sua gestão não haveria “um centímetro de terra para indígenas”. Cumpriu o prometido – e se gabou algumas vezes por isso. Fez pior. Incentivou publicamente a invasão das terras dos povos indígenas. Na verdade por suas declarações e feitos praticou verdadeiros atentados contra o estado democrático de direito da nação brasileira. Praticou crime de toda ordem e revela com sua candidatura à reeleição a inconsistência das instituições brasileiras. Pela analise do voto consciente, a possibilidade de voto pela comunidade indígena para o candidato à reeleição Jair Messias Bolsonaro é zero absolutamente zero. Impossível melhor juízo.
À comunidade negra não resta outra opção. Mulheres negras e homens negros na eleição de outubro próximo para presidente votando conscientemente não votarão para o candidato Jair Messias Bolsonaro. Para ele, voto de negro e negra deve ser zero. Isto porque o voto consciente impede a pessoa de votar contra si mesma. E Jair Messias Bolsonaro é contra o negro.
Essa nota dominante de seu caráter, conforme registra a “Carta Capital” é demonstrado antes e durante seu mandato.
Bolsonaro repete ofensa que fez contra negros e quilombolas: ‘Tu pesas mais de 7 arrobas, né?’ Sem demonstrar arrependimento, o ex-capitão relembrou os episódios passados em que foi processado por racismo
Em 2017, enquanto discursava no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, Bolsonaro se referiu a uma visita em um quilombo na cidade de Eldorado Paulista, no interior de
São Paulo, expondo que o “afrodescendente mais leve, lá pesava sete arrobas” e que eles “não fazem nada” e “nem para procriadores servem mais”.
Vejam, que vexame! Desprezo inominável ao povo que sustentou a base do desenvolvimento da nação o que se comprova pelos ciclos econômicos. Isto por si só seria suficiente para que esse candidato à reeleição não recebesse um só voto do povo negro. Não bastasse isso durante sua gestão vem destruindo estrategicamente as políticas publicas que podem dar eficiência e concretude ao estatuto da igualdade racial, Lei 12.288/07/2010 sancionada e publicada pelo presidente Luis Ignácio Lula da Silva. Vejam o que está deliberadamente ocorrendo com FUNDEB, fundo nacional de educação de base; com o ENEM, exame nacional de ensino médio; um substancial corte de verba a inviabilizar ou prejudicar o atendimento. No SUS, sistema único de saúde, alem disso no setor que trata do aborto inseguro, houve uma reorganização no quadro de atendimento técnico cientifico. No entanto, la passou a ocorrer mais mortes e quem mais la está morrendo em razão dessas mudanças estratégicas são as mulheres negras.
Diante deste quadro de fatos incontestes pergunta-se: será que nas eleições de outubro a mulher negra e o homem negro darão seu voto para reeleger Bolsonaro à
presidência da republica? Em sã consciência a resposta é não.
Na verdade, esse homem já foi longe demais na ceara da democracia. Sua caminhada política revela as inconsistências das instituições brasileiras que agora ao final do espetáculo buscam reparar a duras penas. Ele não tinha condições de permanecer como candidato pela sua apresentação, seus feitos e o modo de agir pela primeira vez e ficou e foi eleito. Eleito praticou crimes de toda ordem inclusive os de responsabilidade cujo volume de pedido de investigação na Câmara pode servir de almofada aos parlamentares quase duas centenas. Enfim, para sua empreitada elegeu o presidente da Câmara, Artur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, e a dedo indicou o procurador geral da republica, Augusto Aras, constituindo pois, o trio de segurança canina que lhe permite o grande feito, isto é, a pratica da ditadura pelo sistema democrático. É esse o homem que ai está como candidato à reeleição â presidência da republica.
Como tal em dois de outubro não deveria receber voto de nenhum brasileiro e muito menos do povo indígena e do povo negro. Estes são partes integrantes da nação brasileira, porem tratados como parias, à margem da sociedade.
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Jose Maria Teixeira, professor, ex-vereador pelo PT