Dia do Professor

José Oscar Silveira Júnior

 

Tudo aquilo que somos, a maneira com a qual nos identificamos e somos identificados pelas pessoas, se refere ao nosso conhecimento. Sim, a concepção de mundo que temos e a maneira como relacionamos com as pessoas e com nós mesmos, é fruto de um conjunto de conhecimento que nos foi transmitido no decorrer de nossas vidas; um ser humano é formado a partir do conhecimento, da informação. Sendo assim, podemos dizer que um ser humano formado, tem marcas eternas das pessoas que transmitiram tais conhecimentos, afinal, foi um agente direto na formação de alguém. Nesse sentido, insta um questionamento: aquele que ensina, que forma um ser humano, transmite valores, conhecimento e debate idéias, criando no receptor do conhecimento um senso crítico, tem seu devido reconhecimento?
Ensinar é, sem dúvida, uma das maiores missões que um ser humano pode receber. Sempre fui fascinado por conhecimento, curioso, e sempre fui um “perguntador”, ao que tinha muita admiração aos professores que, mesmo após as aulas, se propunham a trocar idéias, sanar dúvidas, compartilhar experiências. Ainda no ensino médio, já surgia um desejo forte em mim de um dia poder ensinar. Graduado em Direito, sempre admirei e tive excelente relacionamento com meus professores que, hoje, tenho o enorme privilégio de ser companheiro de docência. Alguns outros, cujas aulas acompanhei por anos pelo ensino satelitário, realizo o sonho de estar ao lado, trocar experiências, receber oportunidades. Portas que Deus abre em nossas vidas, e somente ELE. Graduado em Direito e aprovado na OAB, tão logo iniciei o exercício da advocacia, tratei logo de me especializar para dar início à realização do sonho de ensinar: fiz especialização em Direito Penal e Processo Penal na Escola Paulista de Direito, na capital, e posteriormente, Mestrado em Direitos Fundamentais pela UNIMEP. O tempo voa, e lá se vão 10 anos desde que pisei em uma sala de aula pela primeira vez, tendo lecionado em mais de sete instituições nesse período, em várias cidades e até fora do país. Com essa experiência internacional, pude perceber que o Brasil ainda está extremamente distante no reconhecimento do quanto o professor deve ser respeitado em nosso país. Recebemos um tratamento sobremaneira digno, que chegava a constranger, pois não somos assim acostumados por aqui. Aqui no Brasil, nas salas de aula dos cursos de graduação, pude identificar problemas de compreensão, debate de ideias, interpretação de textos, acesso as conteúdos literários e tantos outros, todo eles vindos da educação de base. Isso mesmo, das aulas de quando tínhamos 06 anos de idade, o que demostra o valor imensurável das professoras e professores do início da nossa caminhada acadêmica; a eles, toda nossa reverência. Sem eles, não conseguiríamos hoje ter a compreensão de mundo que temos. Sem base, não há construção. Outra dificuldade que o professor ainda encontra, é ter o devido reconhecimento da própria instituição de ensina da qual faz parte, seja ela estatal ou particular. O professor tem que provar que necessita de material atualizado, que há razão em aplicar métodos diferenciados. Quanto aos alunos, a dificuldade de impor na sala de aula um ambiente adequado, harmonioso, e de respeito com o professor e demais colegas de classe, tendo em vista a diversidade entre os pares.
Mas, sinceramente? Eu escolheria ser professor novamente, por quantas vezes fosse necessário decidir. Um dos maiores privilégios, é marcar a vida de alguém com a transmissão de conhecimento. Aos meus professores do passado – dos quais lembro o nome de cada um, sem exceção – toda minha reverência. Aos de hoje, meus agradecimentos, pois a vida é um eterno aprendizado, e estou sempre disposto a aprender. Feliz dia dos professores aos mestres deste país!

______

José Oscar Silveira Júnior, Mestre em Direitos fundamentais, professor de Direito e advogado

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima