Nossa Piracicaba, nossa responsabilidade

Daniel Rosenthal

Antes de atuar na área pública ficava indignado com muitas coisas que não aconteciam e pelos motivos por que não aconteciam. Para mim e muitos outros eram coisas óbvias que no setor privado acontecem de forma rápida, eficiente e muitas vezes econômicas.

Temos também uma cultura preconceitual e generalista de achar que todo político é ladrão, que o setor público é ineficiente, os funcionários públicos são acomodados e que a responsabilidade de tudo é sempre do governo, seja federal, estadual ou municipal.

Após alguns meses atuando no setor público e diariamente aprendendo, sinto informar que as coisas não são exatamente como pensamos quando estamos do outro lado, afinal há muita gente boa querendo fazer o bem, o certo, transformar e mudar para melhor, mas o sistema público como um todo não permite velocidade, pois é moroso, burocrático, engessado e lida com interesses políticos de diferentes esferas. Há muita coisa errada sim e se passou tanto tempo fazendo o errado que muitos acham que o errado é o certo.

Definitivamente o mundo mudou muito rápido e muitos ainda não entenderam, resistem e continuam apegados as mesmices e a modelos e formas ultrapassadas. E, no que se refere a como se relacionar com a política, principalmente, saiba que se você não gosta de política, será governado por quem gosta.

Definitivamente se queremos mudanças, precisamos participar ativamente, dar a nossa contribuição e participar como cidadãos conscientes de que as transformações na vida e no dia a dia da população só acontecem com muita luta, dedicação e participação.

Este ano já tivemos algumas oportunidades participativas como a apreciação do Plano de 100 dias, o Plano Plurianual (PPA), o Orçamento Participativo e o Conselho da Cidade, e, infelizmente, considerando a população de nossa cidade os resultados foram inversamente proporcionais as frequentes críticas sem propostas de soluções.

Qual é a Piracicaba que temos, que queremos e que podemos? A responsabilidade é de todos e conforme a Constituição Federal de 1988, a participação popular é um dos princípios que garante o fortalecimento da democracia em nosso país, auxiliando, apoiando e acompanhando a gestão pública local se quisermos ter a Piracicaba que almejamos para as próximas gerações que devem desde já ser preparadas com o sentimento de pertencimento em nossa comunidade, considerando seus direitos, e hoje, principalmente, seus deveres.

Já está institucionalizado a fala do brasileiro quando se refere ao povo de forma generalista e sempre se excluindo, pois são sempre eles e nunca nós. Se você não faz parte do errado, concluo que está fazendo o certo e dando bons exemplos? Então se fosse assim, porque temos tantos problemas, insatisfações, críticas e reclamações deles?

Que tal assumirmos nossa responsabilidade, parar de reclamar e começar a agir, afinal eu, você e todos nós somos partes dos problemas e se quisermos mudar esse jogo, precisamos começar a jogar de forma diferente. Ninguém está isento dos problemas que temos e todos são responsáveis pelo que somos e pelo que seremos no futuro.

A gestão municipal atual permite, incentiva e precisa da sua participação com novas ideias, boas soluções e seu apoio. Aproveite e participe desta Piracicaba! Finalizo minha reflexão e provocação com a frase de Chico Xavier que diz: Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.

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Daniel Rosenthal, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento (IPPLAP)

 

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