A técnica tem nome

Thais Rodrigues

 

A técnica tem nome: posição prona. Ela melhora a função dos pulmões dos pacientes com insuficiência respiratória. O procedimento foi recomendado, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para pacientes com Covid-19 em Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e é utilizada, desde os anos 1970, com maior expansão a partir de meados da década de 1980.

Os pulmões são muito acometidos pela Covid-19.  Na posição prona (de bruços), há melhora dos parâmetros respiratórios, facilitando a abertura de alvéolos pulmonares que não participavam da respiração em posição supina (dorso), proporcionando melhores trocas gasosas.

A técnica tem surtido efeito quando aplicada de forma precoce (nas primeiras 48 horas de insuficiência respiratória), melhorando a condição do paciente e consequentemente reduzindo a taxa de mortalidade. Também tem sido realizada em pessoas com dificuldades respiratórias, mas que ainda não estão utilizando a ventilação mecânica.

A literatura científica já consagra a pronação com o uso de ventiladores mecânicos. No contexto da Covid, temos notado também os benefícios dela em pacientes que não estão no ventilador.

Além de ser realizada nas primeiras 48 horas da insuficiência respiratória do paciente, a pronação deve ser feita durante as 48 horas subsequentes por  17 ou 18 horas por dia, com avaliação da condição do paciente, além de técnicas pré e pós-prona.  Há contraindicações para a pronação em pessoas com instabilidade hemodinâmica, com pressão intra-abdominal alta e com lesões no peito, entre outros.

A posição prona promove modificações fisiológicas na distribuição do ar pelo pulmão e na dinâmica do tórax que resultam em menor estresse e tensão sobre o pulmão e uma maior conexão entre a ventilação e o sangue que passa pelos pulmões.

Uma vez em prona, o paciente segue monitorado e também sob assistência fisioterapêutica. Testes avaliam a cada 4 ou 6 horas os índices de trocas gasosas.  A cabeça e os membros superiores são mudados de posição a cada duas horas e os coxins (almofadas) também são trocados de lugar nos membros inferiores para evitar lesões por pressão.

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Thaís S. Rodrigues, fisioterapeuta 

 

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