Francys Almeida
As semelhanças do governo radical do Afeganistão e o desejo do governo atual do Brasil são muitas, o que vislumbra o futuro do Brasil com base nesse desejo:
Após o auto-golpe, o Governo do líder supremo Jair Messias Bolsonaro instituiu Lei Marcial no Brasil: estão proibidos toda e qualquer manifestação religiosa ou cultural de afrodescendentes, pois refletem a “cultura do demônio”, segundo decreto da República Federativa Gospel e Santa do Brasil.
O aiatolá Silas Malafaia assumiu o recém-criado Supremo Tribunal Religioso Federal, onde serão julgados casais homossexuais, pessoas que se negam a “aceitar Jesus” e não reconhecem a liderança divina do governo Brasileiro. Os bens de opositores ao governo serão confiscados.
Com a exceção do SBT e Record, as redes de televisão estão extintas e apenas jornalistas “alinhados” com o governo podem exercer a profissão, as Lives do presidente têm transmissão ao vivo em rede nacional, comentários negativos e questionamentos são investigados pela Polícia Religiosa Federal.
Os governadores foram depostos e substituídos por lideranças “comunitárias” ligadas às milícias locais, e a nova Constituição obriga a população a comer apenas uma vez ao dia, principalmente os que não tiveram competência e mérito de serem ricos.
Fica proibida a veiculação da palavra “fake news”, devendo-se respeitar toda e qualquer opinião, ainda que mentirosa e sem base científica.
Todo documento e decisão do governo têm dois mil anos de sigilo, podendo ser renovado por igual período.
Enfim, finalmente o Brasil é dos patriotas, que amam esse lugar, amor que só é menor que o que tem pelos Estados Unidos da América do Norte. A corrupção acabou e o TaleBrasil — ou a República Federativa Gospel e Santa do Brasil — será feliz para sempre.
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Francys Almeida, bacharel em Direito, síndico profissional, militante partidário (PCdoB) em Piracicaba