José Maria Teixeira
Quando a pessoa não se dá o respeito, a si mesma, é porque já não tem consciência de seu ser enquanto pessoa. Quando isso ocorre, ocorre por falta de educação. E tudo o que faz parte da pessoa é degradado pelo seu modo de ver, pensar, julgar e agir. Isto é, perde a dignidade de ser o que a pessoa é. A partir daí ela passa a se sentir e ser vista como um arcabouço de ser humano, um manequim ambulante ou robô sofisticado.
Embora possa não demonstrar, é abusada, não se assume como tal e tenta tratar os demais como seu igual. Exemplo típico de quem não se dá ao respeito dentre outras personalidades brasileiras é o presidente Bolsonaro. Daí, a queda livre do Brasil no abismo. Há que se compreender, pois que respeito, neste âmbito, não se limita às simples formas de acolhimento ou de boas maneiras. Aqui, respeito reporta-se à própria natureza do ser pessoa, sujeito de direitos e deveres dotado de inteligência e vontade livre. É referencia ao conjunto de características psicológicas, elementos e valores que determinam os padrões de comportamento da pessoa em sociedade.
A Nação brasileira não é e jamais será um coletivo de homens. Fala-se em um estado democrático de direito. Para tanto, não há como desrespeitar a pessoa se quisermos viver em sociedade. É com e pelo respeito à pessoa que se consegue, em uma discussão ainda que acalorada e cansativa, chegar à melhor solução para todos. É ele que fecha a porta do ódio e da intolerância apontando o caminho da fraternidade e da paz social.
Pela cultura popular sempre se ensinou e se exigiu o respeito. Porém, os motivos alegados não traz ao lume a real razão do respeito, isto é, o ser pessoa. Ainda, hoje, ao perguntar a quem devemos respeitar? Vamos ouvir não só de crianças, mas também de muitos adultos: “devemos respeitar o pai a mãe, o professor e os mais velhos”. Mas, se assim é, como explicar a criação do ECA ( Estatuto da Criança e Adolescente), lei criada com a finalidade precípua de protegê-los enquanto tais?. O que dizer do Estatuto dos Idosos, cujo regramento ordena que casas de repouso e asilos não se tornem depósitos de seres humanos? Que dizer do estatuto da mulher, dos índios, LGBTs, da igualdade racial?
Enfim, tudo indica ser o respeito a coluna mestra da vida em sociedade. Pois, quando falta o respeito, tudo tende a ruir especialmente no que se relaciona com a vida humana, ainda que particular. É exatamente por isso que, nesse sentido, no mundo jurídico, já se considera crime ser contra as conclusões cientificas. Estes são os crimes de Bolsonaro: não respeitar as orientações científicas da saúde no combate ao coranavirus. Trata-se de gripezinha, receita-se cloroquina. Vacina, só depois, a não ser a covaxin.
Por outro lado, Arhur Lira, presidente da Câmara Federal, não se dando ao respeito, embora tenha jurado cumprir a Constituição, proclama que não acolherá o pedido de impeachment. Este ato caracteriza uma afronta abominável à Constituição que reza: art. 1º — “Todo poder vem do povo e em nome do povo será exercido”. Céus! Virou dono! Por se dar ao respeito e com todo respeito, gritamos, em tempo: “fora Bolsonaro”.
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José Maria Teixeira, professor