Antonio Lara
Nas democracias que se prezam as eleições motivam o renascem de novas esperanças, mas no nosso caso, o que se prenuncia, é que estamos nos preparando para o enfrentamento de uma guerra, e sem regras. E a provar que sim, as nossas forças políticas já estão preparando seus arsenais. Se não dá para se prever a perda de vidas humanas, mas de suas reputações, mesmo àqueles que conseguirem se eleger.
Pela linguagem utilizada pelas nossas expressivas figuras políticas estão utilizando, já podemos antever o clima que nos aguarda. A se destacar, as originarias dos nossos potenciais presidenciáveis e suas ensandecidas torcidas. Daí as minhas discordâncias com as acusações do tipo: Bolsonaro é um genocida, Lula é um ladrão, Ciro é um destrambelhado, Doria um calça apertada e Renan um vagabundo. Não digo de certo, mas prevejo que esta será a linguagem que predominara nas eleições de 2022.
Tratamentos desse nível, muito provavelmente, devem ser constantes entre os membros das organizações criminosas que se encontram recolhidos nas nossas penitenciarias. Eleição é a oportunidade para os nossos eleitores escolher aqueles que melhor nos representem e não aqueles que têm as suas folhas corridas menos enlameadas.
Não restam dúvidas que desde o nascimento da nossa Republica, ainda que esqueçamos os nossos erráticos antecedentes políticos, os primeiros a reclamar do novo sistema implantado foram os seus próprios precursores. Bem a propósito um dos seus mais defensores, Martinho Prado da Silva Junior, sem tardança, assim se pronunciou: está não é a Republica dos nossos sonhos.
Os sobressaltos do nosso regime republicano têm feito vitima a nossa própria democracia, e o máximo que temos assistido as suas varias denominações, diria até, seus apelidos. Já vivemos a Republica dos generais, àquela que se seguiu a sua proclamação, a do café com leite e a tal nova Republica, como se a mudando de rótulo determinasse a importância do seu conteúdo.
Para além das deficiências do nosso regime republicano e das consequentes ameaças à nossa democracia, ainda padecemos da ausência de lideres políticos que mereçam a nossa confiança, o torna ainda mais difícil encontrarmos o norte que venha orientar os nossos eleitores a creem que só, e somente só, a democracia nos salvará do caos que se avizinha.
Bem disse Samuel Johnson, um dos maiores e mais celebrados escritores e pensadores: o patriotismo é o último refugio dos canalhas. Aqui me reporto aos canalhas que pousam de patriotas, ao tempo em que espero que parem com suas patriotadas.
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Antonio Lara, articulista; [email protected]