Francys Almeida
Uma das principais perguntas que me fizeram após às eleições de 2020 foi: você pretende se filiar a outro partido político? A preocupação é com os setores reacionários, principalmente em alas neopentecostais, as quais tendem a seguir contrários a posições que defendam Justiça Social. Uma incoerência, pois um cristão de verdade, de verdade mesmo, jamais se alinharia com princípios de extrema direita.
Comunismo, além de uma ideologia política, é uma visão socioeconômica do mundo, tem como objetivo a aplicação política, social, cultural e econômica dos seus princípios através de um governo. Não um bicho-papão.
O nome origina-se da obra O Manifesto do Partido Comunista (1848), dos alemães Karl Marx e Friedrich Engels, sendo importante ressaltar que, em nenhum momento da história do Brasil, tivemos um governo comunista. Uma das ideias principais é a promoção de uma sociedade igualitária, sem classes sociais e com igualdade social.
No Brasil, temos quadros históricos do PCdoB: Jorge Amado, Oscar Niemeyer e Ariano Suassuna, ícones da nação. Na atualidade, temos o melhor governador do Brasil em nossas fileiras. Flávio Dino é diferenciado e ético, e em especial o seu Estado, o Maranhão, é dos melhores que enfrentaram a pandemia.
Compor um partido com Orlando Silva, Renildo Calheiros, Luciana Santos, Leci Brandão é, para mim, um motivo de orgulho, por saber que são pessoas com caráter, que lutam pelos menos favorecidos, em defesa do nosso país.
A ignorância faz com que alguns entendam que “comunista” é xingamento; na verdade, seria horrível ser chamado de miliciano, genocida ou gado!
A generalização e maniqueísmo fazem o radicalismo e polarização crescerem. Mas basta conhecer a história e ver que os nazistas foram derrotados pelo Exército Vermelho. Entendo que não podemos julgar nenhuma instituição por erros pessoais e um exemplo é a Santa Inquisição, que ceifou a vida de muitas pessoas, o que não implica dizer que todo católico é homicida, assim como não o são protestantes alemães que flertaram com o nazismo e seus devaneios.
Acredito na política sem demonização, onde o que importa é a avaliação do trabalho realizado, com oportunidade do voto consciente para o eleitor, sem pressão religiosa ou social, para que possamos continuar aprimorando a democracia brasileira.
Por isso, em Piracicaba, seguimos acreditando que é possível construir um mundo mais justo e igualitário, respeitando as diferenças e valorizando a educação como foco principal para uma mudança radical nos rumos deste país. Para fazer política é preciso escolher um lado: o nosso está sustentado na ciência, na democracia e no respeito à dignidade da pessoa humana.
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Francys Almeida, bacharel em Direito, síndico profissional, dirigente partidário em Piracicaba (PCdoB)