Do “quintal de Campinas” à “capital” de metrópole regional

Barjas Negri

 

Em tom de brincadeira ou de forma pejorativa, era comum ouvir que Piracicaba era o “quintal de Campinas”, uma vez que sua centralidade requeria deslocamento de piracicabanos para lá fazerem compras, estudarem, resolver questões da esfera estadual e até relacionados à segurança pública.

Nos últimos 50 anos, Piracicaba foi sendo planejada e articulada para o desenvolvimento econômico, social e ambiental, com participação da administração pública, da Câmara de Vereadores, dos clubes de serviços, das representações políticas, de seus empresários e trabalhadores.

A cada década que passava, o município avançava. Foi assim com a implantação dos distritos industriais Unileste, Uninorte, Uninoroeste, Parque Automotivo e Parque Tecnológico. Todos permitiram a ampliação e modernização industrial, que associada ao parque industrial já existente, tornou a indústria piracicabana referência estadual e nacional.

O comércio, por sua vez, transbordou da região central, comandada pela rua Governador e se consolidou em importantes corredores comerciais na Paulista, Jaraguá, Vila Rezende, Santa Terezinha, Vila Sônia, Piracicamirim, Pauliceia, São Judas, avenidas Raposo Tavares e Água Branca e vários outros pontos. Esse processo de expansão das áreas comerciais veio acompanhado da implantação de expressivas redes de supermercados, atacadistas, farmácias, lojas especializadas etc.

Na educação, além do crescimento na capacidade de atendimento da rede pública municipal e estadual, os ensinos técnico, profissionalizante e universitário, concorreu com expressivo dinamismo pela expansão e consolidação da Esalq/USP, FOP/Unicamp, com o surgimento da Unimep e outras, como Rede Salesiana, Fatep, Fatec, Anhanguera, Univesp, Instituto Federal e instituições de ensino à distância.

Por outro lado, nos últimos 30 anos, foram duplicadas praticamente todas as rodovias estaduais que ligam Piracicaba às principais cidades da região: Americana, Santa Bárbara D´Oeste, Capivari, Rio Claro, Limeira e São Pedro. Tudo contribuindo para o desenvolvimento econômico regional, permitindo um crescimento mais homogêneo, incluindo as cidades de Araras e Leme. De Regiões de Governo evoluiu para um Aglomerado Urbano e agora para a mais nova Região Metropolitana do Estado.

Tive a oportunidade de participar efetivamente da política administrativa da cidade nos últimos 30 anos, seja como secretário municipal, vereador e prefeito por três mandatos. Também ocupei importantes cargos nos âmbitos federal e estadual. Em todas essas oportunidades procurei contribuir para o avanço de Piracicaba e sua consolidação em âmbito regional.

Não é demais lembrar alguns serviços de atendimento regional que trouxeram liderança metropolitana à cidade: 1. Deinter 9 da Polícia Civil, 2. CPI 9 da Polícia Militar, 3. 16º Grupamento do Corpo de Bombeiros, 4. Poupatempo estadual, 5. Ambulatório Médico de Especialidades (AME/Hospital Dia), 6. Hospital Ilumina, 7. Hospital Regional, 8. Aeropatrulhamento Águia da PM, 9. Nova sede regional da Caixa Econômica Federal, 10. Nova sede da Receita Federal, 11. Instituto de Medicina Legal, 12. nova sede do Ministério Público Estadual, 13. Fatec, 14. Etec da Paulista, 15. Instituto Federal, 16. Novo presídio regional, 17. novo Centro de Detenção Provisória, 18. Fundação Casa, 19. novo Hospital da Unimed, 20. Parque Tecnológico, 21. Parque Automotivo, 22. Criação do Aglomerado Urbano, 23. Anel Viário (1a etapa), 24. mais recentemente o BAEP – PM e 25. 1º lugar em qualidade de vida pela revista Exame/Pesquisa Macroplan.

Pelo desenvolvimento regional que gerou emprego e renda, por sua liderança e pujança, com satisfação assistimos hoje à criação da Região Metropolitana de Piracicaba. Isso nos faz esquecer dos comentários sobre “quintal de Campinas”.

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 Barjas Negri, ex-prefeito de Piracicaba

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