Um pedido de socorro do setor de eventos

Amanda Morais

 

Desde março 2020 eventos de vários seguimentos foram cancelados ou remarcados devido a pandemia do Covid 19.  Eventos como festas de casamento, só são permitidos na fase verde. Isso tendo por prisma este Plano SP do Governo Estadual de questionável utilidade e viabilidade.

Este tipo de evento exige um tempo para programação, envolvendo diversos  fatores  como confecção e entrega de convites, salões de festas, cardápios, convidados, decoração, iluminação, som, garçons, funcionários de limpeza, estacionamento de veículos, etc.

Vejam que mesmo havendo hipótese de alteração de data aos contratantes desta gama de serviços, o impacto gera muito mais que só a demanda de custo. O sonho criado por anos, momentos, as expectativas, e mesmo as empresas relacionadas. A contratação de flores, a preparação de víveres, não envolvendo só mão de obra, mas, um sem número de setores que representam famílias. Sem trabalho o homem sucumbe ao tédio a frustração e hoje no mundo já se tem claro que os efeitos nas crianças que deixaram de ter seus contatos escolares, nos idosos, e mesmo em pessoas ativas, as sequelas são enormes. As doenças de comportamento, a mente do ser humano será atingida de maneira certeira.

O setor é como qualquer outro. Na norma não é essencial? Pois bem, O que é essencialidade? Ficamos 11 meses, sem trabalhar, meses em  situação de depressão econômica,  um agrupamento de pessoas em que muitos não conseguiram receber o auxilio emergencial, tendo nos eventos como sua única fonte de renda, é justo? Os supermercados, ônibus e mesmo hospitais, são diferentes no quesito aglomeração e contaminação? Estão limitando a vontade de cada um. Há o problema, há solução ainda que não terminativa, mas a escolha do cidadão está em jogo.

A política esta colocada na discussão, demonstrando luta de poder.

A população, o povo, é manobrado. Atualmente muitos dos que trabalham em eventos tem sobrevivido com oficio que não são da sua profissão. Florista que hoje vende suco na estrada, o DJ que virou office boy; alguns salões de festa desistiram e faliram; maquiadoras e salões de beleza dispensaram funcionários e vivem a incerteza; usaram o dinheiro do caixa  da empresa  e atualmente não tem mais recursos   para cumprir seus contratos com os noivos ou contratantes. Isso gerará brigas judiciais intermináveis e transtornos para todos afetados. 11 meses sem trabalho, causando uma depressão econômica na cidade.

Para que se veja a expansão da  roda da  economia  citarei os principais  setores afetados: salão de festa, buffet, floricultura, doceria, embalagens, músicos,  entre   outros  artistas,  equipe  de   som,  equipe fotográfica,  baristas, salões de cabeleireiros, lojas de vestuários, entre tantos mais.

A verdade é que não há preocupação alguma. Somos número, as autoridades contabilizam mortes. Nunca os recuperados. Vivemos a barbárie.

Solução? Liberdade. Responsabilidade. Cuidado e zelo sim. Fechamento e limitação de atividades não.

Mas, para isso precisamos de coragem dos gestores. E coragem nestas terras lindas, da nossa Noiva da Colina, do que foi a Atenas Paulista, não existe. Políticos são representantes, mas pensam ser deuses. Deus é nosso guia. E a terra dos Paiaguás, exímios guerreiros das águas, defendendo sua terra, já assistiu serem dizimados pelo homem branco. Não bastou esta violência histórica. Hoje se pratica o extermínio e a destruição. Sem gastar uma bala. O setor de eventos clama por decência. Que se liberem todos agentes da sociedade econômica. O comércio quer viver. E estes algozes dos palácios sentirão o peso da consciência em selarem sonhos. Os bons devem tomar o lugar dos maus. Reage, Piracicaba.

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Amanda Morais, profissional no setor de turismo, eventos e festividades; [email protected]

 

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