Pandemia: queda de 36% nas internações indica melhora local

 

Crédito: Divulgação

Piracicaba registrou queda expressiva na ocupação de leitos hospitalares por pacientes vítimas da Covid-19 nos últimos 40 dias. A variação média no período foi de -36,1%, contabilizando leitos de UTI e enfermaria, do setor público e privado, o que envolve apenas Hospital Regional, Santa Casa, HFC e Unimed. No dia 01 de agosto estavam internadas nessas unidades 169 pessoas; no dia 10 de setembro, 108. A queda corresponde a uma ocupação de 47% dos leitos para atendimento à doença existentes. A tendência de queda prossegue, conforme gráfico.

Houve no período variação aproximada em leitos de UTI (-38%) e de enfermaria (-33,8%), o que demonstra redução tanto nos casos de observação médica, com quadros clínicos considerados mais leves, como nos casos mais graves, que exigem respiração mecânica.
Para o secretário de Saúde, dr. Pedro Mello, a redução significativa no número de casos está relacionada ao conhecimento desenvolvido pela ciência médica sobre o comportamento do novo coronavírus ao longo da pandemia, o que permite um diagnóstico mais acurado dos pacientes, com intervenções preventivas e medicamentosas mais adequadas para cada caso.
“Muitos pacientes alcançam melhora sem a necessidade de internação, e quando a pessoa precisa ser internada, o tempo de permanência no hospital também reduz, o que representa um sucesso na cura e um ganho em leitos hospitalares disponíveis na rede. Com isso passamos a ter um horizonte mais seguro, com tendência para a continuidade dessa queda”, disse Pedro Mello.
O secretário explica que as equipes médicas e multidisciplinares da linha de frente trabalham hoje com muito mais informações qualificadas em relação ao início da pandemia. “É possível dimensionar melhor a eficácia dos corticoides, anticoagulantes e antibióticos disponíveis na rede, a serem usados conforme o quadro clínico de cada paciente e suas comorbidades. Com isso, ganha-se em precisão sobre o melhor momento de intervir contra o vírus e seus efeitos colaterais, bem como monitorar com mais segurança os resultados”.
Em Piracicaba, no dia 01 de agosto estavam internados em leitos de terapia intensiva 92 pacientes, somando rede pública e privada. No dia 10 de setembro, esse número abaixou para 57, uma redução de 38%. No dia 13 de setembro, conforme gráfico acima, já eram apenas 50. Em enfermaria, eram 77 no início de agosto. Em meados de setembro, 51, uma redução de 33,8%.

MAIS JOVENS 

Um fator que se destaca com o desenrolar da pandemia é o crescimento do número de jovens infectados. Dados da Vigilância Epidemiológica (VE) demonstram que 47% do número de casos registrados em Piracicaba envolvem pessoas entre 21 e 40 anos (2.501). O público entre 41 e 60 anos representa 31% dos contaminados (1.626). Essa constatação está relacionada ao aumento expressivo de testes para diagnóstico realizados. Por outro lado, os idosos, acima de 81 anos, que foram bastante afetados no começo da pandemia, correspondem a 2% dos casos (116).
Pedro Mello chama a atenção para esse aspecto do problema, uma vez que junto a esse público jovem tende a ampliar também os casos assintomáticos, o que dificulta imensamente dimensionar o número de infectados no município. Por outro lado, aumenta também a possibilidade desse público levar o vírus às pessoas com comorbidades e idosos, mais vulneráveis à doença, elevando assim o risco de óbitos.
“Os jovens precisam se conscientizar de que se tornam fatores de risco aos público com maior propensão ao adoecimento e ao agravamento do quadro clínico, com menor chances de cura – que são as pessoas com comorbidade e idosas –, se não garantirem a quarentena antes do contato ou mantiverem o distanciamento social, o uso de máscaras e a higienização necessária, inclusive no ambiente doméstico”, concluiu.
Vale lembrar que o vírus continua exigindo cuidado de toda a população. O fato de a cidade estar na Fase Amarela do Plano São Paulo não significa o fim da pandemia. Muito pelo contrário. Há sempre o risco de recrudescimento do número de casos do Covid-19 e o consequente prejuizo social e econômico caso seja necessário o retorno a fases anteriores do plano de combate ao novo coronavírus.

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