A última sessão realizada na Câmara Municipal de São Pedro, no dia 24 de novembro, foi marcada por protestos e muitos questionamentos sobre a construção do viaduto no km 202 e o possível fechamento da passagem do km 201, da Rodovia Geraldo de Barros (SP-304). Com cartazes nas mãos, moradores dos bairros Theodoro de Souza Barros, Alpes das Águas e Bela São Pedro aproveitaram a presença dos profissionais da Concessionária Eixo SP para cobrar explicações sobre a obra.
Apesar de toda explanação técnica apresentada pelo diretor de Engenharia da Eixo, Robinson Avila, que ressaltou que o projeto em questão contempla a implantação de um viaduto com calçada para pedestres e sistema de iluminação, oferecendo mais segurança e conforto na travessia, os moradores presentes na sessão não se convenceram da mudança.
Para a presidente da Associação dos Moradores do Bairro Theodoro de Souza Barros, Cleuza de Souza Barros, a Concessionária deveria ter ouvido os moradores antes de decidir o local de construção do viaduto e tomar a decisão pelo fechamento do acesso do km 201, que segundo ela, existe há mais de 30 anos.
“A Eixo está promovendo o isolamento de famílias que já sofrem por morar em bairros distantes da cidade. Não discutir essas mudanças com esse povo foi um ato gravíssimo da empresa. Na qualidade de representante dos moradores desses bairros, eu repudio o fechamento da rotatória do km 201”, declarou, emocionada, Cleuza Barros.
Acompanhado de toda família, o aposentado Waldir Maiochi disse que o que estão pedindo para Eixo é muito pouco perto de tudo o que a Concessionária pode oferecer para população. “Essa passagem que nos temos hoje ao centro da cidade pela avenida Camélia Borges e Paschoal Antonelli é o melhor local que temos. Essa passagem é essencial para nós. Deslocar todo esse fluxo dos bairros citados lá pra cima e totalmente inviável. Todo mundo é unanime na permanência dessa passagem”, declarou Maiochi.
O presidente da Câmara de São Pedro, Adriano Vitor, afirmou que não ocorreu nenhuma audiência pública que tenha envolvido os moradores dos bairros afetados com o fechamento da rotatória. Além de dificultar o acesso a equipamentos públicos, existe uma preocupação muito grande para quem mora no bairro Nova São Pedro II, já que o trânsito dos três bairros do outro lado da rodovia serão despejados nas vias internas do Nova São Pedro, que não conta com estrutura para receber um grande fluxo de veículos. “Os empresários que mantém o comércio às margens da rodovia já falaram em falência e demissão caso a rotatória seja fechada, já que 95% dos seus clientes são usuários da rodovia e utilizam esse acesso para chegar até o comércio local”.
Ainda segundo o presidente, a obra no km 202 aumentará o percurso diário dos moradores em quase 4 quilômetros (ida e volta) para alcançar o mesmo destino, implicando custos econômico e social, especialmente para famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica, que dependem de transporte público ou locomoção a pé. “A Eixo está protagonizando o segregamento de uma população que já sofre com a distância entre os bairros e o centro da cidade. O trabalhador será castigado com o aumento de custo de deslocamento”, disse Adriano Vitor.
