Unimed – um poeta internado!

Esio Antonio Pezzato

 

Não foi a primeira vez que fui internado no Hospital da Unimed. Eu não esperava que isso fosse se repetir, mas espero que não mais o corpo físico ali permaneça. Vou contar:

Em janeiro de 2023 não me sentindo muito bem, para lá me dirigi. Era uma noite de calor e chovia muito. Mas não me sentindo bem, vi que após uns simples exames que eu não estava mesmo nada bem. Pressão arterial acusava 23×19. Não sei como não tive um troço ainda maior e mais contundente!

Fui levado imediatamente para a UTI. Perguntei ao médico que me atendeu: “Vou morrer?” Ele respondeu: “O senhor está mal, mas vamos cuidar do senhor. E lá, durante quatro dias fui tratado com profissionalismo extremo pelos médicos, pelas enfermeiras, por todos os profissionais.

Certo que não me davam sossego a noite inteira! E era um tal de me acordarem às duas, às quatro, às seis, e era uma injeção na veia, na bunda e um soro aqui, mais um furo na veia, e uma medida de pressão, e uma máscara de oxigênio me tomando o rosto todo! E se isso tudo fosse ainda pouco, precisei passar pelo desconforto de uma sonda para fazer pipi. Um horror! Mas depois de cinco dias pude voltar para casa!

Mas agora o caso se repetiu. De maneira diferente, mas se repetiu! Dia cinco de junho à noite, não me sentindo tão bem, dificuldade extrema para respirar, cansaço e catarro, vias nasais entupidas, (marcas de um ex-fumante com 52 anos de tabagismo!) e vou para lá… a mim seria uma simples consulta, o médico de plantão me examinaria e diria: “Você está bem, não é nada, tome isso e tome isso e vá para casa”.

Eu pensava que poderia ser só isso, mas primeiro o médico plantonista me diz: “Você não me parece tão bem. Os exames acusam algo aqui e quero ver o resultado dos exames de sangue”.

Depois sou atendido por outra médica e o vaticínio é fatal: “O Senhor vai passar a noite aqui!” Já eram mais de três da manhã. E tome procedimentos: minhas veias são furadas, perfuradas, fico parecendo uma peneira… e tome isso e tome aquilo e de cadeira de rodas vou até uma sala. Lá começa o terror! Vem uma enfermeira toda com sorrisos na ponta dos dedos e me lasca uma injeção. E eu tenho um medo danado de injeção! E vem outra e mede a pressão arterial, e vem outra e outra e outra e o dia amanhece e nem consegui dormir direito! Aí me levam, sempre de cadeira de rodas, para um terceiro andar, apartamento 2317. Acho que é esse mesmo o número.

Penso comigo, agora estou bem. Vou descansar! Baldado engano. E chega uma enfermeira e me coloca o soro, outra vem e me coloca máscara para eu poder respirar melhor, e vem outra e quer que eu tome banho às seis da manhã, e outra me traz a bombinha para melhorar minha respiração.

E os acessos de tosse que não param! E eu ali, com os braços todos perfurados. E tome mais injeção. E tome furada de agulha na barriga! E eu tenho medo, sou cagão para agulhas! E outra vem e fura meus dedos para ver o sangue sair.

Outra chega e tira mais sangue deste coitadinho aqui medroso. E a veia que se perde e novos furos. Se eu respirar mais forte vou parecer uma peneira!

Sou medroso! E o carinho e o afeto de todos ali, e os cuidados extremos e profissionais dos médicos e das enfermeiras, e das atendentes. Se eu abaixo a guarda era capaz de até darem banho em mim… isso jamais!

E outra vem e pergunta: fez cocô, fez xixi, como está se sentindo, e novamente medem a pressão.

Eu quero ir embora. Chega de afeto, chega de ser bem tratado. Eu não quero mais voltar aqui. Adorei a estadia de cinco dias, mas chega.

Muito obrigado a todos, todos que cuidaram de mim durante os cinco dias, mas agradeço, prometo não voltar mais. Cuidar melhor do físico e pronto. Não quero mais passar noites no hospital. Obrigado pelo carinho exacerbado a que fui submetido, mas não volto mais. Espero.

 

———

 

Esio Antonio Pezzato, o impaciente paciente

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima