Manifestação – Bebel participa da marcha contra a reforma administrativa, em Brasília

A deputada estadual Professora Bebel durante audiência que promoveu na Alesp para debater os impactos da reforma administrativa que tramita no Congresso Nacional
Em audiência pública promovida pela Professora Bebel, na Alesp, foram apontados os riscos que a proposta de reforma administrativa representa para os servidores públicos

Bebel explica que a PEC 32/2020, como “modernização do Estado”, prevê fim de concurso, redução de férias, e a privatização de serviços essenciais

 

 

A segunda presidente da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT) participará, nesta quarta-feira (29), da marcha contra a reforma administrativa, que acontecerá em Brasília, que reunirá lideranças de diversas regiões brasileiras. Esta marcha, conforme Bebel, é uma resposta aos ataques aos servidores, aos serviços públicos de qualidade, entre eles a educação, em que a Apeoesp estará ajudando a engrossar este manifesto organizado pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação).

Bebel explica que tramita no Congresso Nacional a PEC 32/2020, sob a nomenclatura de “modernização do Estado”, que prevê o fim do concurso público, redução de férias, e a privatização da gestão de serviços essenciais, como escolas e hospitais. “Esta proposta de reforma administrativa levanta sérias preocupações entre os trabalhadores e trabalhadoras da educação, enfim, sob todos os servidores públicos do país, até porque ataca a todos”, destaca.

A deputada Professora Bebel conta que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), inclusive, criou um grupo de trabalho (GT), composto por apenas 14 deputados e presidido por Pedro Paulo (PSD-RJ), que vem trabalhando em três frentes para fazer a reforma administrativa: proposta de emenda constitucional, uma de lei complementar e outra de lei originária. “O projeto discute 70 pontos, entre eles a tabela salarial unificada, vínculo de trabalho, contratação temporária, estabelecimento de avaliação individual e diminuição do tempo de férias”, comenta.

Para a CNTE, a medida representa um risco direto à continuidade e à qualidade das políticas pública educacionais, especialmente nas regiões mais vulneráveis do País. A confederação alerta que a reforma busca acabar com o concurso público, na forma de privatização das políticas públicas, com o retorno pleno das indicações políticas para os cargos públicos – entre eles o de professores e professoras – o que pode fortalecer a vergonhosa prática da troca de emprego por votos. “Outra questão é a possibilidade de transferir para a iniciativa privada a gestão de serviços essenciais, como escolas e hospitais, desta forma, abrindo caminho para um modelo que transforma direitos em mercadorias”, diz Bebel.

Outro ponto considerado central é o ataque à estabilidade dos servidores públicos. “O fim do concurso e a adoção de contratos temporários podem comprometer não só a valorização profissional, mas também a continuidade de políticas educacionais duradouras e baseadas em mérito técnico”, destaca.

Em audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, no último dia 17 de setembro, promovida pela deputada Professora Bebel, o advogado Jeferson Celos explicou que há tentativas de aprovar uma reforma administrativa do setor público desde a promulgação da Constituição de 1988. A última investida foi a Proposta de Emenda Constitucional 32 de 2020, proposta no governo Bolsonaro. A PEC chegou a ser discutida no Congresso, mas teve a tramitação suspensa, como ainda se encontra.

Para Celos, o risco à estabilidade dos servidores públicos, garantida pelo Art. 41 da Constituição Federal, pode levar ao clientelismo. “Temos que afastar essa visão que estabilidade é privilégio. A estabilidade é uma garantia para que os servidores públicos consigam atuar com tranquilidade, com eficiência e sem preocupação de ter que atender caprichos”, ressalta a Professora Bebel.

Ainda durante a audiência, Victor Pagani, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), ressaltou a falta de transparência sobre a proposta. Segundo ele, o GT da Câmara que estuda a proposta não conta com uma participação social efetiva. “As entidades representativas dos servidos públicos não têm sido ouvidas e não temos muita transparência do resultado deste GT”, disse durante a audiência pública.

 

 

Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124

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