PELAS LETRAS
Grupo de escritoras, cronistas, poetas, dedicadas à cultura de Piracicaba e de piracicabanos, com incentivo às crianças. É a Flipira que vem aí no próximo fim de semana e não faltam palmas para as senhoras que se dedicam ao evento que, sem dúvida, está na História do Município e da Região, como exemplo de trabalho. Parabéns.
TOGA — I
Jorge Messias, atual Advogado Geral da União (AGU), é apontado como o nome preferido do presidente Lula (PT) para ocupar a vaga de Luís Roberto Barroso, que está se aposentando. Messias tem muita confiança do Executivo. Aliados destacam que ele acompanhou o presidente Lula em momentos delicados, manteve postura institucional, e tem bom trânsito no governo.
TOGA — II
Ele também tem prestígio no meio jurídico. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, já declarou que as portas do STF “estão escancaradas” para ele. Por outro lado, há quem critique: por exemplo, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL) tem atacado dizendo que ele seria “esquerdista evangélico”. Ele também busca apoio entre evangélicos, tentando mostrar que poderia acomodar esse setor, algo que é importante no xadrez político.
TOGA — III
O ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), é um dos cotados. Ele tem bom trânsito: pode se beneficiar de apoios no Congresso, de ministros do STF, e teria força política. Mas Pacheco tem problema de “cozinha política”: sua indicação ficaria meio atrelada a arranjos eleitorais para 2026 (apoios de partidos etc.).
TOGA — IV
Outros nomes que aparecem no meio do boca-a-boca: Bruno Dantas, do TCU. Vinícius de Carvalho, da CGU. Também se cobra indicação de uma mulher para a vaga, para equilibrar a representatividade no STF; aparecem nomes como Maria Elizabeth Rocha, Vera Lúcia Santana, Daniela Teixeira.
TOGA — V
Imaginem a cena: Jorge Messias entra no tribunal vestido de advogado elegante, Lisboa de gravata; Rodrigo Pacheco aparece de terno, coitado, tentando mostrar que “também sou preparado, gente”. Enquanto isso Lula, nos bastidores: “Quem vai me dar menos dor de cabeça lá na faculdade de direito?”, olhando para lista de currículos. E os ministros do STF sussurrando no café: “Será que o Messias vai mesmo?”, “Pacheco tem lobby forte”, “E se for uma mulher?”, “Bruno Dantas, visibilidade de TCU, será?”
TOGA — VI
Se eu tivesse que apostar (ou fazer palpite acadêmico de política): Jesus, er… Jorge Messias tem muitas cartas a favor: confiança de Lula, perfil jurídico razoável, prestígio, menos spoiler político (ou seja: menos chance de rebelias no Senado ou no Supremo). Pacheco tem chance, mas para ele valer, precisa de muito acordo político. Nomes femininos devem ser lembrados (cobrança de representatividade), mas não sei se têm peso suficiente para barrar Messias, a não ser que Lula queira usar esse critério fortemente.
CRÍTICAS — I
Independentemente de quem seja o escolhido — ou a escolhida — para a próxima vaga no STF, uma coisa é certa: os bolsonaristas de plantão já estão afiando os teclados. Vem aí mais uma temporada do reality “Quem quer ser ministro do Supremo?”, com direito a debates, memes e teorias conspiratórias dignas de novela das nove. Com a aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso, a vaga caiu de paraquedas no colo do presidente Lula — que, aliás, deve ter olhado pra Brasília e dito algo como: “Mas já? Eu nem pedi esse presente agora”.
CRÍTICAS — II
O fato é que essa indicação nem estava nos planos do roteiro original. Era uma vaga prevista para 203. Mas como a política brasileira adora uma reviravolta, lá vai o presidente escolher mais um nome para o Supremo… e, claro, carregar a responsabilidade de desagradar metade do país — porque no Brasil, até nomear santo dá polêmica.
LOTERIA — I
Piracicaba agora tem sua própria loteria! Pois é: o prefeito Helinho Zanatta (PSD) resolveu apostar — literalmente — na sorte do município. O Decreto nº 20.796 regulamenta oficialmente a Loteria Municipal, criada pela Lei nº 10.357/2025, e publicada com toda pompa no Diário Oficial. A ideia é gerar receita “não tributária”, o que, traduzindo para o piracicabano médio, significa: “dinheiro entrando sem aumentar imposto”. Ou seja, se der certo, é bingo! Ótimo. E joga quem quer.
LOTERIA — II
A Secretaria de Finanças, que já cuida dos boletos da cidade, agora também vai cuidar das apostas — e, convenhamos, não deixa de ser uma boa metáfora para a gestão pública: uma mistura de cálculo, fé e esperança de que o número certo saia. Caberá à pasta fiscalizar, sancionar e garantir a transparência, o que soa quase como um sorteio de boas intenções.
LOTERIA — III
Entre as modalidades, estão as loterias numéricas, os jogos de resultado instantâneo e até as apostas tipo “bets”, aquelas que fazem o torcedor acreditar que entende mais de futebol do que o técnico da Seleção. Só que agora, ao invés de perder dinheiro para o site estrangeiro, o cidadão poderá perder para a própria cidade — um jeito patriótico de contribuir com as finanças municipais. Correto.
LOTERIA — IV
E não pense que é bagunça: o decreto fala em “jogo responsável”, campanhas educativas e proibição para menores. Nada de criança jogando o troco do pão no bilhete premiado. Além disso, prêmios não resgatados irão direto para o Tesouro Municipal — ou seja, se o apostador der o famoso “migué”, quem ganha é o caixa da Prefeitura.
LOTERIA — V
No fim das contas, Piracicaba entra no rol das cidades que decidiram que, já que a vida é um jogo, o melhor é ter a própria loteria. Agora é torcer para que a sorte sorria — de preferência, para o cidadão, e não apenas para o governo.
FACADA
As nuvens estão indo de um lado para outro. Agora, em relação à facada em Jair Bolsonaro, em 2018, deve voltar a ser investigada. E fica a pergunta: foi facada mesmo? Por que Adélio Bispo continua, seis anos depois, num presídio-manicômio? E mais ainda: rejeita remédios. O tema é complicado, como a posição das nuvens.