Denise Duarte, pesquisadora da FAU-USP, falou na 7ª Conferência FAPESP 2025 sobre a necessidade de mapear os impactos dos eventos extremos na escala individual e criar áreas urbanas de refúgio térmico em espaços públicos. As ondas de calor mataram 20 vezes mais pessoas do que as chuvas e enchentes no Brasil, mas ainda faltam planos para lidar com esse tipo de situação. Por não deixar destruição visível, o problema é chamado de “emergência silenciosa”. Mesmo assim, os danos são graves. Em 2024, o país enfrentou nove ondas de calor, no ano mais quente da história. Foi também a primeira vez que o planeta ultrapassou o limite de aumento da temperatura média definido pelo Acordo de Paris – de 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais – para evitar consequências mais perigosas., destacou-se o papel central das áreas urbanas na adaptação ao novo contexto climático. “A adaptação precisa estar onde as pessoas estão. Quem desmaia? Quem não dorme por causa do calor? Onde elas podem se refugiar? Precisamos olhar na escala das pessoas e não só para os espaços abertos, mas para o que acontece dentro das casas, edifícios e no trajeto diário das pessoas”, afirmou a pesquisadora, que também integra outros grupos de pesquisas sobre mudanças climáticas e cidades do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU). Embora os negacionistas de plantão digam não ao fenômeno, sabemos que esse assunto é vital e comprometerá a vida de nossos filhos e netos!
_____
Jose F. Höfling, rofessor da Unicamp