Entrevista – Moisés Egert: “respeito e preparação”

Moisés Egert, técnico do XV de Piracicaba. CRÉDITO: Mariana Kasten

O comandante piracicabano fala sobre a final contra o Primavera, torcedor e a preparação para os dois jogos da final da Copa Paulista Sicred 2025

 

Luiz Tarantini

 

Moisés Egert é conhecido como um “técnico de acessos” por tradição: sabe montar times muito competitivos em divisões de base ou de menor expressão, e entregar resultados palpáveis. Suas principais características são Gestor de acessos: já repetiu o feito de promover times de divisões inferiores ou grupos de segundo escalão para divisões superiores, inclusive repetidamente no XV em 2010 e 2011 com o título da série A2 do paulista.

Trabalho com base: costuma confiar e utilizar jogadores formados nas categorias de base, dar oportunidades aos jovens.

Defesa organizada: times comandados por ele costumam ter bom equilíbrio defensivo, sofrer poucos gols quando bem montados. Um dos fatores que o credencia para decisões e torneios eliminatórios.

Experiência com pressão e rivalidade: com passagens longas por clubes paulistas, de interior, conhece bem o cenário de rivalidade, expectativas da torcida e a necessidade de resultados.

Na véspera da grande decisão da Copa Paulista, o treinador Moisés Egert conversou com o jornalista Luiz Tarantini, de A Tribuna Piracicabana, sobre o duelo contra o Primavera, o momento do Nhô-Quim e a força da torcida piracicabana.

1 – Tarantini: O XV já enfrentou o Primavera na fase de classificação, e mesmo sendo um time mais técnico do que Araçatuba e Comercial, facilita para o XV já ter esse conhecimento do modo de jogar do adversário?

Moisés Egert: O que nos fez fortes na competição, o que nos trouxe até a final, foi o respeito e a preparação para cada adversário, independente de quem fosse. O Primavera é um dos favoritos desde o início, chega à final por tudo o que construiu: tem continuidade no trabalho com seu treinador, acabou de conquistar o acesso para a Série A1 e investe muito no futebol profissional. Ter enfrentado o Primavera na primeira fase nos dá algumas referências, sim, mas cada jogo é uma nova história, ainda mais em mata-mata, onde pressão e detalhes fazem toda a diferença. É uma equipe muito organizada, com atletas de qualidade, que já mostrou sua força na competição. Conhecer algumas características individuais e coletivas ajudam na preparação, mas não significa vantagem. Agora é outro momento: final é jogo tenso, sem espaço para erro. Precisamos estar atentos, preparados e jogar no limite para conquistar o título.

2 – Tarantini: O time chega à final em ascensão e sem jogadores no departamento médico entre os titulares. Chegamos ao ápice do trabalho?

Moisés Egert: O que nos trouxe até aqui foi um trabalho de várias mãos. A preparação física é um dos fatores – o professor Léo Tabai, piracicabano e “prata da casa”, tem feito um trabalho excelente. Nossa comissão técnica é muito competente, trabalhadora e entende a enorme responsabilidade de estar no XV. Chegar à final com a equipe em crescimento é, sim, resultado desse esforço coletivo: atletas, comissão e diretoria. Mas eu não diria que é o ápice. No futebol, o ápice é sempre o próximo jogo e a próxima conquista. Estamos em evolução, conscientes de que ainda podemos melhorar. O que fizemos até aqui nos trouxe à decisão, mas o que vai nos marcar é a capacidade de manter o nível até a taça.

3 – Tarantini: A decisão no Barão, diante do torcedor que deve bater mais uma vez o recorde de público da competição, aumenta a responsabilidade?

Moisés Egert: Excelente pergunta, Tarantini. Até me dá a chance de agradecer ao nosso torcedor. Ele vem sendo o diferencial, o nosso 12º jogador. A energia que vem das arquibancadas chega dentro de campo e faz a diferença. Depois do primeiro jogo contra o Comercial pedimos para que o “Barão” tivesse mais de 10 mil pessoas. Com um grande trabalho da diretoria e do marketing, esse pedido foi atendido. Agora queremos mais: precisamos de 15 mil, porque é a chance de sermos campeões novamente.

Jogar em Piracicaba com a torcida é um privilégio, não uma pressão. A responsabilidade existe em todos os jogos do XV, mas o estádio cheio nos motiva ainda mais. A torcida transforma a responsabilidade em força e energia positiva. Nossa missão é responder em campo com entrega e comprometimento, para honrar essa confiança.

 

 

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