O orador Silas Ribeiro Ferreira, pai de uma menina com paralisia cerebral espástica, discursou na Tribuna Popular da Câmara Municipal de Piracicaba durante a 50ª Reunião Ordinária, realizada na noite desta segunda-feira (15). Ele criticou o edital de pregão eletrônico 178/2025, que visa contratar cuidadores para crianças com necessidades especiais matriculadas na rede municipal de Educação.
Segundo Ferreira, o perfil e a capacitação dos cuidadores previstos no edital não atendem à demanda de grande parte dos alunos com necessidades especiais. Ele acrescentou que a crítica ao pregão eletrônico é compartilhada pela maioria dos pais e familiares de outras crianças que necessitam de cuidados especiais.
“Eu quero citar a Secretária da Educação. Ela deu uma entrevista, mas em vez de trazer clareza, trouxe mais dúvidas para nós. Ela disse que existe uma turma indo contra a educação e contra esse pregão. Não é uma turma, são os pais de crianças especiais. Sou eu e a maioria dos pais. Na verdade, todos nós, porque lemos o edital item por item e achamos algumas coisas absurdas”, declarou Silas Ribeiro Ferreira.
O orador explicou que o edital exige que os cuidadores tenham mais de 18 anos, ensino médio completo, não possuam antecedentes criminais, sejam responsáveis e equilibrados emocionalmente, demonstrem discrição, boas maneiras no trato com os alunos e afinidade com a função, entre outros requisitos.
“Basicamente, é só isso que é preciso para ser um cuidador. Agora, me diga: minha filha precisa de alguém que a ajude no seu desenvolvimento. Por quê? Minha filha não senta, não fala e precisa até mesmo ser alimentada com cuidado. Alguns pais, por exemplo, têm filhos com sonda, o que exige grande responsabilidade. E o desenvolvimento delas?” questionou.
Ferreira defendeu que o edital inclua profissionais qualificados para atender aos alunos, argumentando: “O que é qualificação? Uma pessoa de 18 anos com ensino médio está pronta apenas para acompanhar uma criança na escola? Claro que não. Ela precisa de um profissional capacitado para que a criança possa se desenvolver. Vou dizer uma coisa para deixar claro: será um retrocesso para Piracicaba se isso acontecer. O desenvolvimento da minha filha requer um profissional qualificado”.