Erick Gomes
Entre as muitas instituições que sustentam a vida em sociedade, a família permanece como a mais essencial e, ao mesmo tempo, a mais desafiada. Ao longo da história, sempre foi dentro do lar que se transmitiram valores, que se moldaram consciências e que se ensinou, antes de qualquer escola, a dignidade de ser humano. A família é, por excelência, a primeira comunidade de amor, de solidariedade e de fé.
A Igreja Católica, desde suas origens, reconhece esse papel. São João Paulo II afirmava que “o futuro da humanidade passa pela família”, e o Papa Francisco insiste que ela é “escola de humanidade”. Não se trata de uma frase de efeito, mas de uma realidade: quando a família se enfraquece, todo o tecido social se rompe.
Vivemos tempos em que as pressões externas parecem corroer os laços mais profundos. O individualismo, a cultura do descarte, o imediatismo e até mesmo políticas que relegam a família a um papel secundário criam rachaduras nesse alicerce. Valores outrora considerados inquestionáveis tornam-se motivo de disputa, e a solidez da casa comum vai sendo minada, pouco a pouco.
Defender a família hoje é, portanto, mais do que um gesto íntimo: é um ato público de coragem e de responsabilidade. É afirmar que a verdadeira liberdade começa no seio do lar, onde se aprende a respeitar, a servir e a amar. É reconhecer que uma nação não se constrói apenas com números e estatísticas, mas com lares capazes de formar cidadãos íntegros.
Proteger a família é proteger a própria essência da pátria. Sem ela, perde-se a memória, a continuidade, a esperança. Com ela, mesmo em meio às crises, renasce a certeza de que ainda é possível edificar um futuro mais justo, mais humano e mais fiel àquilo que somos.
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Erick Gomes, empresário, presidente do Simespi e atual presidente do MDB de Piracicaba