Mobilização provoca alterações no ensino médio

Professora Bebel

 

Continuamos lutando pela revogação da reforma do ensino médio, que foi imposta pelo governo Temer em 2016 (sancionada no início de 2017), sem nenhum tipo de debate com a comunidade escolar e com a sociedade, reduzindo a Formação Geral Básica, ampliando a parte diversificada com itinerários formativos descolados dos anseios e necessidades dos estudantes, ampliando educação a distância sem referenciais de qualidade e abrindo caminho para a desprofissionalização, com contratações por notório saber.

Na luta pela revogação, conseguimos que o Ministério da Educação do governo Lula anunciasse que faria mudanças nesse modelo e realizou uma consulta online. Agora, o MEC anuncia que ampliará de 1.800 para 2.400 horas a Formação Geral Básica – com ênfase em disciplinas como português, matemática e história, que juntamente com outras disciplinas tiveram cargas horárias reduzidas ou deixaram de ser obrigatórias a partir do segundo ano.

O MEC também anuncia que reduzirá a três os itinerários formativos, com referenciais de qualidade e com foco em Linguagens, Matemática e Ciências da Natureza, Linguagens, Matemática e Ciências Humanas e Sociais, e Formação Técnica e Profissional.

São avanços conquistados com a luta nacional, da qual a Apeoesp e nosso mandato popular na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo têm participado ativamente. O que queremos, de fato, é que se abra um debate organizado e amplo para que se possa construir democraticamente uma proposta que garanta os direitos educacionais da juventude e o atendimento das necessidades dos filhos e filhas da classe trabalhadora.

Existem, para tanto, referenciais importantes, como as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (que foram ignoradas na reforma do ensino médio) e o modelo de excelência que é implementado nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, articulando ensino, pesquisa, tecnologia, esporte, cultura.

Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas e o secretário estadual da Educação, Renato Feder, ignoram o que ocorre em nível nacional e implementam medidas atabalhoadas que nada resolvem em termos da qualidade necessário.

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Professora Bebel, deputada estadual pelo PT e segunda presidenta da Apeoesp

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