Rubens Santana de Arruda Leme
O mal entendido tem sido um algoz invisível ao longo da história da humanidade e, particularmente, em nossas vidas. Entretanto, em muitas ocasiões (e aí já não é mais um lapso humano…), ele também é irmão siamês das desinformações e mesmo das maldades humanas.
Ainda que existam controvérsias, até mesmo o descobrimento do Brasil, foi fruto de um mal entendido e aí eu diria que foi uma coisa boa (?), caso contrário, não estaria eu escrevendo esse artigo na língua de Camões.
Na verdade, muitos desses desencontros, se fossem seres vivos ou fictícios como os lobisomens, gostaríamos de fulminá-los com uma bala de prata.
Nessas mais de sete décadas de vida, tenho sido surpreendido por esse algoz invisível, que tem me trazido contratempos e até decepções. O mais recente foi com a adoção, através de uma empresa bairro altense, da nossa querida Praça Irmãos Justino, mais conhecida como “Bonga e Daniel”.
Por razões que não cabe explicitar aqui, faz algum tempo que não estou frequentando o “recanto cultural”, antigamente chamado Bar do E.C. Paulistano (agremiação que já não existe mais), tradicional equipe varzeana da Cidade Alta, localizado na confluência das ruas Moraes Barros e Silva Jardim, onde sempre “trocamos figurinhas” com os amigos do bairro.
É, nos bares da vida, que o nosso povo — em particular os marmanjos— afoga suas mágoas, curte suas alegrias, conta suas mentiras e aventuras e, eventualmente, articula decisões importantes.
Em razão da minha ausência nesse nosso costumeiro ponto de encontro, não pude participar a todos os frequentadores da “Bonga e Daniel”, o processo de adoção dessa praça muito importante para nós, moradores da região próximo ao estádio Barão de Serra Negra, a qual nos remete à história e às tradições desse antigo bairro piracicabano.
Eis que um velho frequentador e colaborador na manutenção dessa emblemática praça, o amigo Paulo Cesar Rodrigues de Moraes (nome de presidente), mais conhecido como Paulinho Borboleta, tinha ali uma planta da sua estimação, em fase de crescimento, que, inadvertidamente ou por desconhecimento não verem nela grande importância, os profissionais dos beneméritos adotantes da praça, a empresa Spada Máquinas, no processo de melhoramento do local, acabou por retirar a plantinha. Paulinho, certamente por fora do acontecimento, acredito eu, resolveu denunciar o ocorrido ao prestativo e importante pelotão ambiental da nossa Prefeitura, que, segundo consta esteve fazendo vistoria no local, em razão de um possível crime contra a natureza (!!!).
Esperamos que esse mal entendido (sempre ele!), no meu entender, não retire o mérito dessa importante iniciativa da empresa e dos frequentadores da praça que chamamos de “Amigos da Praça Bonga e Daniel”, dos quais faço parte e que, humildemente, tenho dado minha contribuição no sentido de preservar a história e as tradições do Bairro Alto.
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Rubens Santana de Arruda Leme, Amigo da Praça Bonga e Daniel, morador do Bairro alto há 73 anos, celular 19-9-9764 0082; e-mail: [email protected]