José Osmir Bertazzoni
Escrever uma autobiografia é uma forma de colocar nossas experiências de vida no papel, creio que essa coragem ajuda a gerenciar e resolver demandas estressantes e difíceis, daí a ideia de escrever minha história em etapas, quiçá ainda este ano eu edite meu “Alpharrabio”, em resumo, como orienta nossos dicionários, seria livro velho (história), que tem valor por ser antigo (retrato de uma escolha de vida), um diário pessoal que eu dividirei com todos os que se interessarem pelas minhas experiências.
Presume-se que cada história tenha seu próprio “arco narrativo”, com etapas simbólicas sobre os caminhos pelos quais percorro por 64 anos. Não se trata de ficção, é história de projetos pessoais que não falharam e que ofereço para os leitores de maneira a domar erros e evitar surpresas.
Humanos costumam ser ávidos por histórias, desejam que elas sejam contadas e expostas; sabemos que a história tem o condão de mostrar a realidade de forma acessível e com um olhar doce da vida. As histórias são úteis e transformadoras da nossa realidade, “realidade atenuada” lógico. O formato que disponibilizarei é a narração dos fatos, dos sentidos, buscando sempre criar um imaginário próprio para a leitura, seja como trabalho ou diversão.
Desta forma creio que a beleza da história decorre do fato dela envolver tanto a nossa esfera racional de planejamento quanto a da representação que envolve também a nossa esfera mais criativa ou imaginativa; qual nos permite desenvolver conexões com outras histórias, no que diz respeito à memória de episódios e ideias.
Minhas histórias inserem algo próprio do meu mundo interior, elas existem e estão disponíveis em alfarrábios nas edições de jornais piracicabanos, alguns já extintos; minha biografia poderá ser imaginada em linhas e entrelinhas ou na formação de imagens, sentimentos e sensações,
Todas as histórias nascem para serem contadas e possuem dupla função: representar uma expressão e, a possibilidade de transferir para os outros a realidade construída e reconstruída, criando um vínculo empático, baseado no espelhamento, na assonância empática.
Meu objetivo quando escrevo é liberar uma intimidade mental e emocional permissiva à análise e opinião daqueles que me acompanham, busco criar um espaço relacional em que os dois sujeitos se encontram, para partilhar sentimentos e percepções, através da leitura, do léxico, do enredo que partilho com os leitores.
Me esforço sempre em manter, para cada tema, uma linguagem adequada que represente toda a realidade que vivemos naqueles textos para partilhá-lo. Seria interessante saber qual o efeito das histórias (nossas histórias?), podem produzir no âmbito das relações afetivas, com amigos, conhecidos e familiares; seria bom saber o que aconteceria expondo-as, compartilhando-as de forma transparente.
Meu objetivo experimental é de colocar as minhas experiências de vida por escrito como forma de “Alpharrábios”. Minha esperança é que seja útil aos objetivos de contribuir com um registro pessoal de uma vida ativa, participativa em que valorizar o amor em detrimento ao ódio será sempre um objetivo inalienável.
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José Osmir Bertazzoni, jornalista e advogado