Anjo ou demônio? Eis a questão!

Eleni Cunha Caldeira

 

 

Estava pensando em como escrever um texto sobre Política, mas resolvi escrever esse texto para um político que se acha esperto.

“Dê o Poder ao Homem, e descobrirá quem ele realmente é”. Essa célebre frase do filósofo Nicolau Maquiavel é tão verdadeira que na maioria das vezes nos decepcionamos com pessoas que imaginam ter esse Poder, mas, na realidade, apenas o usa como arma para destilar ódio entre as pessoas, sentindo-se soberano e invencível. Observando bem, percebo que não é difícil, e fica muito evidente possuir uma inteligência superior (na realidade perversa), que consegue criar polêmicas, esquemas sofisticados (nem tanto) de driblar certas leis e manipular as massas.

Como é possível não elogiar tanta esperteza? Como não respeitar tanta astúcia, e admirar a enorme habilidade com que vende sua imagem através de mentiras em um discurso enganoso e hipócrita?

Aquele que se acha muito esperto, sabe muito, mas muito bem mesmo, tirar proveito de situações para seu benefício próprio e não pensa no povo como tanto diz. E muito menos nos servidores públicos aos quais ficam se iludindo que estão sendo apoiados, sem desconfiar em momento algum o que realmente se esconde atrás dessa máscara de bom menino.

Agora eu pergunto: como manipular a opinião pública e se safar da Justiça? E ainda se diz o salvador da pátria, um herói de historinhas em quadrinhos que salva vidas, mata a fome do povo carente, se considera um verdadeiro líder, o líder do povo carente. Como não rir? Difícil conter o riso e encarar esse teatro com seriedade. Expondo em suas redes sociais pessoas humildes e doentes, sofrendo em UPAs. Criticando, julgando aqueles que lá estão trabalhando, mas não consegue encontrar uma solução para os problemas que existem, não só em nossa cidade como em todo o sistema. Colaborar para melhorar o sistema? Jamais, sua inteligência não permite. Preocupa-se tanto com o dinheiro público, mas não abre mão do seu (afinal quem paga esse salário é você, caro leitor); pelo contrário, se puder “repartir” o dos seus assessores, será bem-vindo.

Diante de tanta bondade e esperteza, o povo continua sendo enganado, pois uma única cesta básica não vai matar a fome de uma família (mas ganha voto… será?), os gritos ofensivos dentro de locais de saúde de nada adiantam, a não ser o Ibope para uma imagem que aos poucos vai se degradando, tornando-se cansativa e irritante para a maioria da população.

Muitos ainda aplaudem seu teatro por não conhecerem o verdadeiro político que é, o ser humano que de humano tem pouco, ou talvez seja apenas um esqueleto ambulante perambulando pelas ruas, com um sorriso cativante, porém falso, para aqueles que lhe convém. Esse é o verdadeiro toma lá dá cá, que, bem lá no fundo, nas entranhas de sua essência política aparentemente humilde, aloja-se a prepotência e a arrogância que muitos desconhecem.

Enfim, caro político, nobre edil, seus esquemas, suas manipulações nas massas, e sua falsa segurança em achar que tem todos em suas mãos, não são nada mais do que a demonstração da sua fraqueza. Aqueles que você diz que armam armadilhas com as quais se vitimiza, na realidade, não os engana, e não percebe que a própria armadilha são suas atitudes as quais não tem a coragem de assumir.

Lembre-se disso, caro colega, a política pode ser o ato mais nobre de prezar pelos interesses da população, ou a infame arte de enganar a população para atender os próprios interesses. Em qual você se encaixa? Será que preciso responder? O povo precisa saber, e logo saberá. Que Deus nos proteja e nos dê consciência para não errarmos novamente.

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Eleni Cunha Caldeira, funcionária pública municipal

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