No passado era comum você ter professores e mestres com um prodigioso e natural saber que era admirado por décadas e sempre lembrado com saudosismo quando falecia. Eram centenas de ex-alunos dedicando tempo em escrever, cartas, isto mesmo, cartas, falando e referenciando aquilo que se aprendia em uma sala de aula.
Alguns poucos tinham livros para acompanhar os ensinamentos, outros, apenas um caderno com um lápis ou uma caneta para anotar o que era discorrido em sala de aulas de 45 minutos e, olha que aprendíamos muito naquele escasso tempo.
Hoje. Bom, hoje temos os mesmos 45 minutos, mas livros (que nem são abertos) e celulares nas mãos dos alunos e dos professores que entram no recinto com atraso, percorrem os olhos pela sala e professam ensinamentos vazios para alunos mais vazios ainda.
Não sou contra os professores atuais, mas as condições das escolas, salas abarrotadas de alunos e estudantes sem interesse algum em aprender. Aliás, temos lido e ouvido que, muitos estudantes buscam, agora, informações em sites de inteligência artificial em detrimento dos sites de buscas como Google, Bing, Firefox, Edge, enfim, nos inúmeros que existem. Cheguei a lembrar do Cadê e do “Aonde?”, mas estes são brasileiros lá dos idos 1994-96.
O problema é que, pesquisas e escritos inteligentes e com conteúdo estão dando vasão para os superficiais, sem sentido (podem até parecer que possuem conteúdo, mas faltam conotações reais). Alguns chegam ao absurdo de sequer saber o que se entrega, afinal, quem escreve um texto, tem noção do que foi expresso no papel.
Em meados dos anos 2000 começamos a notar o fechamento de editorias e a diminuição de textos informativos, pesquisados e aprofundados por repórteres, editores e comentaristas. As redações foram sendo enxugadas e, muitos jornalistas tiveram que migrar para blogs, tornando-se independentes e buscando patrocínios para suas publicações. Algumas positivas enquanto outras, infelizmente descambaram para factoides de denúncias vazias e sem sentido que terminavam em brigas e desavenças ou nas barras dos tribunais.
A inteligência humana está se perdendo com estes criadores de textos abastecidos por humanos com pensamentos e retóricas próprias. Afinal, quem abastece estes editores artificiais possuem suas próprias crenças e conceitos, muitas vezes deturpados e sem isenções de pré-conceitos e preconceitos.
E, o pior de tudo é que vamos aceitando essas mudanças paulatinas e que surgem para facilitar nossa vida e nos fazendo esquecer leis bíblicas de que, a porta larga é caminho para a perdição, enquanto a estreia e mais difícil, leva à perfeição.
Enquanto ditamos palavras para um computador criar um texto para nós, perdemos a oportunidade de ler, pesquisar, entender e, principalmente, aprender!
As mentes artificiais ganham espaço em detrimentos das mentes naturais!
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Gregório José, jornalista, radialista, filósofo