É preciso (possível) avançar mais na qualificação profissional

Barjas Negri

“Viver sem ler é perigoso, te obriga a crer no que te dizem” – Mafalda

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Semdettur) divulgou, recentemente, que vai investir neste ano R$ 558 mil em cursos de qualificação profissional, ofertando 1.808 vagas para as áreas de serviço, comércio e indústria. Esses cursos/aulas serão ministrados na Fundação Municipal de Ensino (Fumep).
Foi divulgado que serão 16 cursos presenciais, com carga horário entre 20 e 120 horas, que atenderão a demanda das empresas locais. Anteriormente foram oferecidas 608 vagas. Essas são boas notícias, principalmente para os nossos jovens, que pretendem entrar no mercado de trabalho. Mas, digo, que ainda é pouco perto das necessidades e diante a propaganda que se fez a respeito do assunto.
O surpreendente é a afirmativa da Semdettur, por meio de seu secretário, que “é a primeira vez (grifo nosso) que a Prefeitura investe na realização de cursos na Fumep”. Infelizmente, a pasta demonstra desconhecimento a respeito da relação entre a Prefeitura e a Fundação, visando incrementar constantemente, há muito tempo, novos cursos profissionalizantes. Vamos aos fatos?
Em primeiro lugar, o leitor tem que recordar que foi o prefeito Humberto de Campos que desapropriou área de 5 mil m2 para que a Fumep pudesse construir o Centro de Educação Profissional de Piracicaba (CEPP), com recursos do Ministério da Educação. Me empenhei, junto com minha equipe e a direção da Fundação, para conseguir recursos federais para equipar os laboratórios desse novo Centro. Portanto, em todo esse período foram qualificados milhares de jovens em cursos profissionalizantes na Fumep. Isso mesmo na Fumep.
Numa rápida leitura do Relatório de Atividades da Semtre, durante a gestão da professora Ângela Corrêa, o atual secretário saberia que no período de 2008 a 2012 foram oferecidas 8.785 vagas em cursos profissionalizantes, com duração de 160 a 200 horas, em parceria com várias instituições. Do total, 1567 vagas foram de cursos oferecidos na Fumep. De novo, isso mesmo, na Fumep.
No verdadeiro “picadeiro” que virou a Prefeitura – aqui com respeito aos artistas circenses – a pasta, como também o atual preboste, faz malabarismo ou contorcionismo, rotineiramente, para passar a imagem de que a cidade foi fundada a partir de 1º de janeiro de 2021. Nada, simplesmente, nada, existia ou existiu antes dessa data. Acho ridículo ou desrespeitoso com todos os ex-prefeitos, secretários e servidores públicos, como também com os vereadores. Além de ser uma mentira, historicamente comprovada com relatórios, releases e matérias de jornais, rádios, TVs, blogs e na mídia social.
Em que se pese o desastre social que foi a pandemia do coronavírus no mundo, principalmente sobre a economia e o emprego, a oferta de cursos profissionalizantes deveria ter mais apoio ou prioridade da atual administração. Lembrando que a Fumep é, e sempre foi, muito importante no assunto, como também outras instituições que têm condições que ofertar cursos, gerando mão-de-obra qualificada para as empresas e empregos para os jovens, que hoje também sofrem com o desemprego e na busca do primeiro emprego.
Finalizando, quero lembrar do papel importantes dos vereadores. Sempre que havia a necessidade da aprovação de um convênio para o recebimento de recursos, a Câmara esteve presente. Portanto, fica a dica para a administração: é preciso (possível) avançar mais na qualificação profissional. Planejamento e muito trabalho.
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Barjas Negri, prefeito de Piracicaba durante três mandatos

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