Mulheres na construção civil

Paula Filzek

 

As mulheres têm enfrentado muitos desafios ao ingressar no mercado de trabalho no ramo da construção civil, que historicamente tem sido dominado por homens. No entanto, nos últimos anos, tem havido um aumento significativo da participação feminina nesse setor, em parte devido às mudanças culturais e políticas que têm incentivado a igualdade de gênero.

No ramo da construção civil, essas mulheres, enfrentam muitos desafios, como o preconceito de gênero, a falta de infraestrutura adequada, a falta de oportunidades de formação e treinamento, entre outros. No entanto, elas também trazem muitas habilidades únicas para o setor, como a capacidade de se comunicar com os clientes e de trabalhar em equipe de forma eficaz.

Embora as mulheres ainda sejam minoria no mercado de trabalho da construção civil, muitas empresas têm se empenhado em diversificar suas equipes, incentivando a contratação de mulheres, não só para cargos como engenheiras ou diretivos, mas também para os canteiros de obra, e promovendo a igualdade de oportunidades no local de trabalho. Em novembro de 2022, segundo o último levantamento realizado pelo Ministério da Economia, o ramo da construção civil, especificamente o canteiro de obras, era ocupado predominantemente por homens, abarcando cerca de 97% dos cargos.

Nos dias atuais tem sido comum as construtoras buscarem apoio de organizações não governamentais para colocar seus projetos em prática, que é pela inserção de mulheres no ramo da construção civil, e no canteiro de obras. Um deles é o Instituto Mulheres do Imobiliário, que objetiva criar ações que não só promovam a equidade de gênero em toda a cadeia do setor, e também capacitar mulheres para atuar em diversas atividades ligadas aos mercados imobiliário e da construção civil.

O instituto Mulheres do Imobiliário tem parceria com o projeto Concreto Rosa, que formou, no segundo semestre de 2022, um grupo de 15 mulheres em Mogi das Cruzes. Elas foram formadas em cursos de pintura e acabamento. Essas alunas ainda receberam gratuitamente um kit básico de ferramentas, ajuda de custo no valor de R$ 200,00 e equipamentos de proteção individual.

Para as mulheres que desejam ingressar no mercado de trabalho da construção civil, é importante buscar oportunidades de formação e treinamento, desenvolver habilidades técnicas e de liderança e encontrar mentores que possam orientá-las em sua carreira. Além disso, é importante ter perseverança e determinação, pois pode haver obstáculos a serem superados, mas o setor está mudando e cada vez mais mulheres têm encontrado sucesso nesse ramo.

De acordo com a ABRASFE – Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso, existem vários projetos no Brasil para qualificar a mão de obra feminina na construção civil. Ainda, de acordo com essa associação, em 2012, o Governo Federal criou o Programa Mulheres Construindo Autonomia na Construção Civil, com o propósito de formar mulheres de baixa renda para a inserção nesse mercado. A intenção foi absorver a mão obra feminina nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Programa Minha Casa Minha Vida. Nos últimos anos, outras parcerias foram firmadas entre o Governo Federal e prefeituras para capacitar as mulheres na construção civil.

Paula Filzek, advogada, sócia fundadora do escritório Rocha & Filzek Sociedade de Advogados, vice-presidente do PDT de Piracicaba

 

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