João Salvador
A psicopatia está entre os distúrbios mentais mais difíceis de serem detectados. Afinal, muitos não sabem, de fato, sobre esse transtorno de personalidade, em que o indivíduo pode nascer com o seu sistema límbico de empatia desconectado, desejo deformado, um cérebro disfuncional. Enquanto alguns especialistas acreditam que a doença seja resultante da predisposição genética, outros, porém, acham que ela tem ligação com abusos e traumas na infância.
A principal característica de um psicopata é a de não sentir empatia e ignorar a dor alheia. Não existe o amor ao próximo, pois vive apenas no desejo dele, sem se importar se vai magoar parentes ou amigos, já que seu cérebro não registra qualquer remorso e completa ausência de culpa. É manipulador, perspicaz, sádico e sempre vê no outro uma ferramenta de diversão.
Existe, também, os graus de psicopatia. Há um nível mais moderado, no qual o sujeito é um tanto maleável, mas misterioso. O grau mais perigoso mesmo é dos assassinos em série, que agridem e matam, ignorando o suplício das vítimas, vide Ted Bundy, dentre outros.
Outro traço bem marcante dos psicopatas ocorre na infância, em que há um transtorno de conduta, pelo fascínio às artes bizarras e a de maltratar animais. A doença não tem cura, o tratamento inicial apenas pode amenizar. Na verdade, um psicopata será um doente pelo resto da vida. Mesmo com sessões intensivas de psicoterapia, o resultado é apenas paliativo. Sociopatia, condutopatia, na verdade, são apenas sinônimos de psicopatia.
Pelo seu egocentrismo exacerbado, sente-se especial, todo-poderoso, de comando pleno, sem se importar que custe a humilhação dos comandados. Leva a vítima a uma submissão psicológica. São muito ardilosos na arte de buscar sua satisfação pelo sofrimento do outro. Possuem o grande poder de manipulação, de persuasão e comete crimes bizarros, sem qualquer ressentimento. Existem ainda os que praticam a necrofilia, ou seja, o uso do cadáver como objeto sexual.
Por isso, o melhor é se atentar aos traços e aos sinais, com as pessoas com as quais se relaciona. Se houver um único sinal dos sintomas apontados, melhor
é se afastar. Cabe lembrar que a doença também se manifesta nas mulheres, mas em um nível bem menor que o dos homens. Parece que já se descobriu uma nova modalidade de psicopatas, a “politicopatia”. É só analisar.
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João Salvador, biólogo e articulista