Segundo a ciência, via psicologia, o medo é um estado emocional que surge em resposta a consciência perante uma situação de eventual perigo. A ideia de que algo ou alguma coisa possa ameaçar a segurança, da propria vida ou a de alguém sob sua responsablidade, faz com que o cérebro ative, involuntariamente, uma série de compostos químicos que provocam reações que caracterizam o medo. A ciencia confirma a sabedoria popular quando se trata do medo. Todo ser humano é passivel de medo. Seja quem for esteja onde estiver isto é, pode sofrer o medo. No exercito, desde soldado razo ate ao general, na marinha desde cadete ate ao Almirante, na aviaçao até ao brigadeiro; na igreja desde padre ate ao papa. Na vida publica desde presidente, governador ou prefeito até ao mais simples contribuinte. Este é um fenomeno natural involuntario. Na verdade, trata-se do sinaleiro na trajetoria diuturna da vida humana. Verde, tudo ok. Amarelo, cuidado. Vermelho, pare. Sentir medo é pois altamente benefico enquanto disperta a necessidade de agir protegendo a paz de até entao. Altamente danoso porem quando não devidamente compreendido e tratado pelo simples individuo e particularmente pelos que representam e exercem o poder em nome do povo junto as instituiçoes.
À essa altura, pode-se dizer que por mais natural e benefico possa ser o medo, no Brasil, antes e durante toda admininstração que se findou melhor seria náo te-lo sentido no que diz respeito âs ameaças e ataques à democracia ou seja à vida democratica.
Posto que não se pode por razao do viver e conviver estar num estado de medo sem perspectiva de solução. Primeiro porque em pouco tempo, esse estado de coisa, o medo não resolvido começa a desestruturar a pessoa. Conforme a medicina esta passa a sentir
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falta de sono, taquicardia, dor de cabeça, aumento de pressâo arterial e alergia na pele que com o tempo pode virar doenças como hipertensão e diabetes. Segundo sendo o medo uma resposta do organismo a uma estimulação aversiva fisica ou mental e tendo a finalidade que tem, isto é: de preparar o cidadão para uma possivel luta ou fuga. Assim pois, o medo, náo devidamente entendido como já se disse e estrategicamente criado no ambito da sociedade ele pode se tornar e se torna um instrumento capaz de induzir multidao para combater ou fugir de uma situação imaginaria como inimigo a ser necessariamente esterminado. É preciso não esquecer o epsodio da necessaria vacinação contra a covide19, como meio de sobrevivencia orientada pela OMS, Organização Mundial da Saude. Porem, firmemente negada pelo ex presidente alegando que quem fosse vacinado poderia virar “jacaré”. Pois bem, esse medo estupidamente criado e pregado pelo também estupido ex presidente levou milhares de brasileiros “patriotas” ao corredor da morte e à morte se negando a serem vacinados. Esta é uma decisao absurda mas possivel de ocorrer: “por ignorância se prefere a morte à vida”. A historia do Brasil confirma esta aberração sob o titulo: “Revolta da Vacina”.
Corria o ano de 1904. O combate à variola. Essa era a doença que frequentemente mais afetava a população e a unica forma de combarer sua propagaçao era a vacinação da população.
A proposta de vacinação do sanitarista Oswaldo Cruz foi controversa, porque se decidiu pela vacinação obrigatória. A falta de informações da população somada à truculência da gestão sanitária na cidade fez com que a população se revoltasse contra a obrigatoriedade da vacinação.
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A obrigatoriedade da vacina fez com que a população fosse às ruas manifestar sua indignação. Essa foi a Revolta da Vacina, iniciada em 10 de novembro de 1904. Só no dia 23 a situação começou a ser normalizada. A insatisfação popular levou a ações de vandalismo e confrontos contra a polícia na rua. Dezenas de pessoas morreram, e a obrigatoriedade da vacina foi suspensa.
Na verdade, o medo de virar jacaré não teve o êxito intentado pelo seu autor , hoje ex presidente. Levar o povo a manifestação publica e com vandalismo repetir a histórica revolta da vacina. Ao contrario conseguiu a manifestação unissona do STF, Supremo Tribunal Federal quanto à constitucionalidade da obrigação de se vacinar.
Em seu voto, apresentado na ocasiao, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do ARE 1267879, destacou que, embora a Constituição Federal proteja o direito de cada cidadão de manter suas convicções filosóficas, religiosas, morais e existenciais, os direitos da sociedade devem prevalecer sobre os direitos individuais. Com isso, o Estado pode, em situações excepcionais, proteger as pessoas, mesmo contra sua vontade – como, por exemplo, ao obrigar o uso de cinto de segurança.
Para Barroso, não são legítimas as escolhas individuais que atentem contra os direitos de terceiros. Ele lembrou que a vacinação em massa é responsável pela erradicação de uma série de doenças, mas, para isso, é necessário imunizar uma parcela significativa da população, a fim de atingir a chamada imunidade de rebanho.
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Segundo o setor de saude mais de sessenta e oito mlhoes deixaram de se vacinar.
Nao obstante estudo brasileiro dizer que a
vacinação protegeu todas as faixas etárias de hospitalizações e mortes, inclusive indivíduos com mais de 80 anos. Nao obstante afirmar que não vacinados representam 75% das mortes por Covid-19.
Aqui manifesta se mais uma vez o medo de não entenderem os responsáveis pelo setor de saúde esses resultados negativos como verdadeiros ataques à democracia. Ha que se entender com Sergio Arouca um dos principais teóricos e líderes do chamado “movimento sanitarista”, que mudou o tratamento da saúde pública no Brasil cuja consagração do movimento veio com a Constituição de 1988, quando a saúde se tornou um direito inalienável de todos os cidadãos, como está escrito na Carta Magna: “A saúde é direito de todos e dever do Estado”. Isto significa que saúde é democracia e democracia é saúde, termos que se convertem.
De acordo com o imunologista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Daniel Gomes, a escolha por não se vacinar expõe outras pessoas,
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inclusive aquelas vacinadas, ao risco de infecção pelo coronavírus. O médico aponta que os jovens são parte da população economicamente ativa, aquela parcela que atua na força de trabalho. Isso quer dizer que quase metade dos não vacinados podem trabalhar e estudar em ambientes com outras pessoas, além de utilizarem o transporte público, por exemplo.
Uma pesquisa conduzida em Londrina, no Paraná, mostrou que 75% das mortes por Covid-19 registradas nos primeiros dez meses de 2021 ocorreram em indivíduos que não foram imunizados contra a doença. Os idosos não vacinados morreram quase três vezes mais do que os imunizados. Entre pessoas com menos de 60 anos, o número de mortes de não vacinados foi 83 vezes maior do que nos imunizados. O estudo foi conduzido pela Universidade Estadual de Londrina, pela Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, pela Universidade Federal de São Carlos e pela Faculdade de Medicina Albert Einstein dos Estados Unidos.
O medo de virar jacaré levou sim parcela significativa a se omitir , a fugir da vacinação contribuindo com um mal impensável num futuro longo a partir de agora:
Órfãos da Covid-19: mais de 113 mil menores de idade perderam os pais na pandemia, denuncia relatório do CNS (Conselho Nacional de Saude e CNDH , Conselho Nacional de Direitos Humanos).
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O medo por ignorância pura falta de conhecimento devido passou a ser usado como indutor de massa. Criou-se a industria do medo com a mentira. Nos subterrâneos da sociedade por certo ha um plano de desmonte e destruição voltado para a dominação dela mesma.
O medo em andamento. Pelo que se sabe há o gabinete do ódio, incubadora do medo. O Brasil passou a sofrer ameaças e ataques à democracia de forma aberta sem disssimulação desde das eleiçoes de 2014 para a presidencia vencidas pela ex presidenta Dilma Rousseff, PT. Por uma acusação de fraude acolhida pelo TSE. Procedida a apuração, o que era de se esperar não houve nenhuma fraude. A candidata eleita foi diplomada e empossada. Porem, o derrotado e seus compasas não se deram por vencidos. Manobraram sob o comando do então presidente da Camara, Eduardo Cunha, preso por falcatruas outras, hoje em liberdade. Este na ocasião, usou os projetos do executivo para correção de rumo da economia, não desejados porém possiveis. Recebeu e os satanizou denominadno de pautas bombas. Apoiado pelo jurista Ivres Gandra e outros consitaram a sociedade como um todo encontrando os parlamentares desejosos de tal a desaprovação dos projetos sob pena, segundo eles, de afundar o Brasil. Os projetos foram desaprovados o Brasil não acabou. Porém, conseguiram o que queriam, isto é, derrubar o governo via impeachment de Dilma Rousseff presidenta legitimante eleita. Isto rendeu por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandoski: “a democracia foi arranhada”. Pode-se dizer sangrada.
O medo se concretizando.
Num estado democratico de direito governo sem voto.
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Desde que Michel Temer assumiu a Presidência da República a realidade dos brasileiros tornou-se outra, principalmente se considerarmos a lista de direitos que foram abolidos nos últimos 365 dias. Foi em 12 de maio de 2016 que o então vice-presidente recebeu a notificação que Dilma Rousseff estava oficialmente afastada do cargo e que ele assumiria o posto de forma interina.
De lá para cá, prevendo as mudanças radicais que viriam com o novo governo, a plataforma Alerta Social começou a fazer um levantamento dos direitos perdidos a cada dia da gestão Temer. The Intercept Brasil aproveitou para questionar seus leitores esta semana: “quais direitos você perdeu?”
da Plataforma “Alerta Social”, que lançou cartilha mostrando, dia a dia, cada direito que foi retirado no último ano desde a posse de Michel Temer como presidente da República.
“Perdemos a estabilidade garantida pela democracia. Os brasileiros se viram paralisados diante de uma avalanche de perdas de direitos. As possibilidades de diálogos da sociedade com o poder Executivo e com o Congresso foram perdidas e desde o dia 12 de maio de 2016, quando se instalou um governo que não foi eleito pelo voto, se inaugurou um período de perda de certezas e garantias”, define o documento publicado pela Plataforma.
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E completa: “O clima de instabilidade política, econômica e social, com profundos retrocessos na condução de políticas públicas e nos direitos constitucionais assegurados, levou a sociedade a uma posição de alerta. Assim surgiu a plataforma Alerta Social – Qual direito você perdeu hoje? que tem realizado um trabalho sistemático de registro das perdas e ameaças de direitos. Infelizmente, o acervo acumulado é bastante volumoso e consistente, o que denota o profundo grau de mudanças.
Esta publicação traz a síntese desse triste ano. Uma cronologia dos últimos 12 meses com 365 fatos e medidas que implicaram na perda de direitos dos brasileiros é o caminho que optamos por percorrer. A cada mês foi destacado uma política pública e como ela está sendo desmontada. Esse caminho dá a noção de como um projeto sem voto, de desenvolvimento excludente, com visão de Estado mínimo, com práticas autoritárias, de salvaguarda aos interesses do capital nacional e internacional se instala e ganha vigor no Brasil.”
Medo que não se dissipa e só cresce dada a sucessão incontida de ameaças e ataques à democracia. À cada ocorrência há um lamento generalizado das autoridades seguido do lenitivo apaziguador: “ …as instituições são fortes e estão em pleno funcionamento”. Ótimo se assim fosse. Na verdade, as instituições são fortes e muito fortes no que diz respeito a sua estrutura a partir da Lei maior a Constituição Cidadã a qual pode-se
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considerar perfeita. Os três poderes, independentes porem, harmônicos dotados de competências próprias e instrumentos para o cumprimento de suas funções: zelar pela democracia construindo e garantindo o estado democrático de direito que se quer seja o Brasil. No entanto, não se pode calar. Com raras exceções as ocorrências de ameaças e ataques à democracia revelaram e continuam a revelar que muitas reuniões, concessões e tolerâncias na busca de entendimentos são mais uma forma de ganhar tempo descaracterizando os fatos já enquadrados por uma disposição legal são uma demonstração inequívoca da fraqueza de personalidade do agente publico condenando a si mesmo pela omissão na função sagrada de que estão constitucionalmente revestidos, zelar pela nação brasileira dizendo e efetivamente aplicando a lei. Isso tudo em que pese o juramento solene de defender a Constituição Brasileira de 1988 quando incorporados nos respectivos cargos.
O medo que se recrudece. O ataque de 08/01 aos três poderes, em Brasília, é preciso dizer fracassou por si mesmo. Mesmo porque primeiro se organizou nas barbas do exercito nacional, nos acampamentos montados nas portas de entrada dos quartéis sem o mínimo incomodo o que já é uma colaboração. Segundo
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contou com o misterioso silêncio das inteligências, órgãos de informação ao governo. Estas de nada sabiam ou do que sabiam nada falaram, o que é gravíssimo. De tudo para conquista do poder nada conseguiram senão quebradeira.
Medo aliviado por um momento. A reação ao ataque para a alegria e satisfação do povo brasileiro, levou à praça os três poderes e lá abraçados marcharam juntos em defesa da democracia. Tomaram-se medidas de justiça. Os baderneiros antidemocráticos devidamente qualificados, denunciados e presos à disposição da Justiça.
O medo porem persiste. Mesmo porque o ex -presidente com seus apoiadores durante todo seu mandato, passou cometendo crimes de toda ordem, comuns e de responsabilidade. Entre estes o crime de genocídio pelo negação da vacina contra o covide-19. São trezentas mil mortes conforme relatório acusatório da CPI,comissão parlamentar de inquérito sobre a pandemia. Este relatório pelo recebimento e trato pela instituição competente pode se já não está ser encontrado no sexto…O crime de genocídio também obra do ex-presidente contra o povo indígena ianomâmis é tido pelos apoiadores do ex-presidente como sendo de difícil caracterização pelo que não poderá ser declarado inelegível.
Medo reafirmado.
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1 de fev. de 2023 — Abertura do Ano Judiciário no Supremo Tribunal Federal (STF), neste dia ocorreram os mais veementes discursos em defesa da democracia. Entre eles o presidente da Camara Federal, o presidente do Senado e procurador-geral da República, Augusto Aras. Este fez para espanto dos presentes uma declaração de amor à democracia. Então por que tamanho medo? O medo se explica. São esses mesmos homens que ai permanecem derramando amor à democracia que deram sustentação e sobrevivência ao pior inimigo da democracia brasileira, o ex-presidente. Está ai o desmonte acabado da nação e de sobra o genocídio do povo ianomâmis.
O medo é pois real. Não há nenhuma garantia de que esse cidadao não retorne triunfante não montado no lombo de um jumento mas carregado nos ombros de seus apoiadores “patriotas”. É preciso pois acabar com o medo para que o medo não volte.
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José Maria Teixeira, professor