Alvaro Vargas
O início das grandes revelações divinas à Humanidade foi com o decálogo, onde o primeiro mandamento é reconhecer a paternidade divina. Embora a crença no Deus único, criador e causa primaria de todas as coisas já fosse conhecido por muitos sábios do passado, apenas com o advento do profeta Moisés, XV séculos antes de Cristo, é que se popularizou e se difundiu por todo o mundo. Entretanto, quando deixaram o Egito, traziam ainda os condicionamentos de várias gerações como escravos e o politeísmo egípcio. Moisés, visando consolidar o monoteísmo e formar uma nova nação, livre dos costumes adquiridos durante três séculos de servidão, peregrinou 40 anos pelo deserto, em um trajeto que poderia ser realizado em menos de três anos.
Intrigante para muitos estudiosos, é que durante vários séculos, apenas os hebreus adotaram o monoteísmo. O esclarecimento tem sido possível, graças as obras mediúnicas, mencionando a ocorrência, há muitos milênios, de uma grande imigração de Espíritos mais evoluídos, oriundos de um planeta no sistema solar de Capela, na Constelação de Cocheiro. Foi uma depuração moral ocorrida naquele planeta, exilando na Terra as almas refratárias ao bem. Embora moralmente atrasados, haviam desenvolvido a sua intelectualidade, e colaboraram com o nosso desenvolvimento filosófico e científico. Estes Espíritos formaram os povos da Índia, da Europa (arianos), do Egito e de Israel. O Espírito Emmanuel (XAVIER, F. C. A Caminho da Luz, cap. 7), cita que “entre os degredados de Capela, foram os hebreus que constituíram a raça mais forte e mais homogênea, mantendo inalterados os seus caracteres através de todas as mutações. Examinando esse povo notável no seu passado longínquo, reconhecemos que, se grande era a sua certeza na existência de Deus, muito grande também era o seu orgulho, dentro de suas concepções da verdade e da vida. Consciente da superioridade de seus valores, nunca perdeu oportunidade de demonstrar a sua vaidosa aristocracia espiritual, mantendo-se pouco acessível à comunhão perfeita com as demais raças do orbe. Sua existência histórica é uma lição dolorosa para todos os povos do mundo, devido às consequências nefastas do orgulho e do exclusivismo. Enquanto a civilização egípcia e os iniciados hindus criavam o politeísmo para satisfazer os imperativos da época, contemporizando com a versatilidade das multidões, o povo de Israel acreditava somente na existência do Deus Todo-Poderoso, por amor do qual aprendia a sofrer todas as injúrias e a tolerar todos os martírios”. Os hebreus traziam em seu Espírito imortal a religiosidade adquirida em Capela, necessitando apenas de um certo tempo para superar a influência politeísta, dominante na época.
Entretanto, os egípcios não adotaram o monoteísmo, mesmo contando com a imposição do faraó Akenaton (1372-1336 a.C.), 130 anos após Moisés. Após a morte do faraó, voltaram a professar o politeísmo. A razão plausível, considerando o histórico evolutivo dos egípcios, é que almas reencarnadas durante o reinado de Akenaton eram de Espíritos pouco evoluídos, que necessitavam de uma crença em vários deuses para expressar a sua religiosidade. Conforme Emmanuel (op. Cit., cap. 4), “os egípcios eram os que menos débitos possuíam perante o tribunal da Justiça divina, e, após perpetuarem nas pirâmides os seus avançados conhecimentos, regressaram à pátria sideral”. A partir do século VII da era cristã, os habitantes daquela região, passaram a professara o monoteísmo através do Islã. Similarmente ao ocorrido no Egito, a maioria dos capelinos reencarnados na Índia, também regressaram à sua pátria espiritual (NEVES, W. Encontros com Jesus. Pelo Espírito Yvonne Pereira, cap. 14). Provavelmente esta é a causa de a religião hinduísta ainda adotar o politeísmo. Nossa humanidade, atualmente, consiste em dois grupos restantes, vindos de Capela, respectivamente, hebreus e arianos, além dos Espíritos originários deste orbe.
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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita