Uma passagem de ano que ficará na história

 

        Já próximo a completar meus 87 anos de idade (daqui a alguns dias), confesso que não tenho na lembrança ter vivido uma passagem de ano tão agitada, tanto em termos de expectativa como de acontecimentos importantes, históricos, que atingiram o noticiário global, como essa de 2.022 para 2.023.

        E o primeiro fato que extrapolou os limites da calmaria, foi a mudança de governo no país. É claro que após o encerramento de um processo eleitoral e a diplomação oficial dos eleitos, em um país democrático que vive em normalidade, o que se espera é a posse dos eleitos na data prevista e o início da nova governança! Porém, após quatro anos de um governo conturbado e uma campanha eleitoral também bastante conturbada, pior que a anterior de 2.018, muitas ameaças surgiram no ar, inclusive no período pós-eleitoral, criando um clima de temeridade quanto ao transcurso normal dos fatos.

        E aqueles que compuseram a chamada “Equipe de Transição” de um governo para outro, trabalhando no período anterior à posse, procurando construir um diagnóstico o mais aproximado possível da realidade em cada uma das áreas de governo, especialmente aqueles que ficaram encarregados dos detalhes da programação da solenidade da posse, viram-se invadidos de preocupações relativas à segurança, agravadas por ocorrências registradas pela Polícia, conforme a data da posse se aproximava. Mas aconteceu que o Presidente em exercício acabou ausentando-se do país dois dias antes da data prevista para entregar o cargo, tendo o vice assumido de forma obscura, porém não se dispôs a participar da solenidade da entrega.

        Então, a Equipe do Presidente entrante, que assumiria o seu terceiro mandato, confiante nas instituições responsáveis pela segurança e corajosamente, preparou uma solenidade com nuances marcantes e especiais que ficarão gravadas para sempre na história do país.

        E o destaque especial da solenidade, sem dúvida nenhuma, foi a subida da rampa do Palácio do Planalto, sede do governo, quando o Presidente e a Primeira Dama, juntamente com o Vice-Presidente e esposa, estiveram acompanhados, lado a lado, por um grupo diversificado de representantes do povo brasileiro composto por uma pessoa com deficiência, um indígena bastante conhecido, uma criança negra, um metalúrgico e uma catadora de recicláveis que colocou a faixa presidencial no empossado. De uma forma simbólica, o povo empossando o novo Presidente!

        Impressionante também, o número de autoridades representando importantes países do mundo, presentes na solenidade, recebidas, uma a uma, pelo Presidente e Primeira Dama e pelo Vice-Presidente e sua esposa. E já saiu uma agenda de visitas do Presidente a quatro nações, algumas líderes mundiais: Argentina, Estados Unidos, China e Portugal. O que comprova que o Brasil acaba de romper um desastroso ciclo de isolamento internacional imposto pelo governo anterior.

        Mas, além de uma marcante e histórica solenidade de posse do novo governo brasileiro, outro fato de repercussão mundial aconteceu nos últimos dias do ano: o falecimento do maior ídolo do futebol brasileiro e mundial, o Rei Pelé. Fato que causou repercussão em todos os cantos do mundo! E a pedido do próprio Pelé, antes de falecer, o seu velório só seria realizado após a posse de Lula.

        Não bastasse isso, mais um acontecimento de repercussão mundial ocorreu nas horas finais de 2.022: o falecimento do Papa Emérito Bento XVI, com 95 anos de idade.

        Realmente, uma passagem de ano muito recheada com  um conjunto de acontecimentos e elevadíssima repercussão entre nós brasileiros e no âmbito internacional.

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Antonio Oswaldo Storel, membro do IHGP, assessor parlamentar na Câmara Municipal de Piracicaba, ex-presidente da Câmara

 

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