Nobilite…

Douglas Campos Filho

 

O que é a ‘doença dos prêmios Nobel’, que pode afetar as mentes mais brilhantes. Longe de ser uma patologia documentada, a expressão é muitas vezes usada para argumentar que a inteligência não nos imuniza contra.

Ela costuma ser chamada de “doença do Nobel”, “efeito Nobel”, “síndrome Nobel” e até de “nobelite”.

Ganhar o prestigiado prêmio não é condição fundamental para sofrer do problema, mas a longa lista de vencedores da Academia Sueca que sucumbiram a ele não deixa de ser impressionante.

De Pierre Curie (Física, 1903) a Santiago Ramón y Cajal (Medicina, 1906), passando por Richard Smalley (Química, 1996) e Luc Montagnier (Medicina, 2008), para citar apenas alguns.

Longe de ser um diagnóstico oficial, o termo é usado de forma irônica para expressar o fato de que alguém altamente inteligente e capaz em uma área do conhecimento não necessariamente terá o mesmo desempenho em outra.

“Você não esperaria que pessoas muito inteligentes fizessem coisas estúpidas. Mas o fato de que existem cientistas vencedores do Prêmio Nobel que também são conhecidos por endossar ideias estranhas e alimentar crenças erradas deixa claro que há uma desconexão entre ciência ou êxito científico e racionalidade”, argumenta Sebastian Dieguez, pesquisador em neurociência do Laboratório de Ciências Cognitivas e Neurológicas da Universidade de Friburgo, na Suíça, à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.

Não poderia deixar de falar de Linus Pauling…que recebeu o Prêmio Nobel de Química (1954) por descobertas na área de ligações químicas e seu uso na elucidação da estrutura molecular, e o Prêmio Nobel da Paz (1962) por sua luta contra as armas atômicas, também sofreu de Nobilite,  pois fez pesquisas com a vitamina C, que ele tomava 10 gramas por dia e dizia ao mundo todo que Vitamina C aumentava enormemente a imunidade ao ponto de proteger contra o Câncer. E morreu pesquisando e acreditando nisso, pois estava equivocado e sofrendo de Nobilite. Nada disso tira seu prestígio mundial, mas serve como exemplo, pois sofreu de Nobilite. Foi só despertar o interesse cientifico.

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Douglas Alberto Ferraz de Campos Filho, médico

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