Filemon de Lima Silvano
O último óbito em decorrência da Covid-19 em Piracicaba foi registrado no dia 25 de setembro de 2022. Nos últimos 29 dias registramos apenas uma internação em leito de UTI de caso de Covid-19 e no último mês a ocupação média dos leitos de enfermaria foi de 11%, variando de 4,5% a 21% no dia de maior pico do período. Essa redução consistente da necessidade de internação dos casos de Covid-19 no último mês aponta para uma tendência de normalidade, quem sabe a tão comentada “nova normalidade”.
Certamente não se pode afirmar que a pandemia acabou e que o mundo, o país ou o nosso município esteja final e totalmente livre da doença, mas essa tendência mostra uma estabilidade bastante consistente, algo que ainda não havia sido experimentado desde o início da pandemia.
A Prefeitura de Piracicaba, durante todo o tempo, manteve serviços especificamente voltados para o combate à pandemia, seja no diagnóstico ou no atendimento dos casos identificados, de forma organizada, dependendo da gravidade e da complexidade apresentada por cada um. A rede de atenção à saúde, pública e privada, em todos os níveis, desde a atenção primária até a atenção hospitalar, passando pelo pronto atendimento, esteve em permanente comunicação e estreita parceria, constituindo um foro técnico permanente, com reuniões frequentes e periódicas, conduzido pessoalmente pelo prefeito Luciano Almeida e com a participação dos secretários de Saúde, Governo, Comunicação Social e outros que se fizessem necessários em cada momento e para cada assunto específico. Essa condução colegiada contribuiu decisivamente para o bom andamento dos trabalhos e para maior sucesso das ações desenvolvidas.
Foram criados Centros de testagem da Covid-19 em todas as regiões da cidade; o Centro Municipal de Imunização contra a Covid-19, no Ginásio Municipal de Esportes Waldemar Blatkauskas, e o sistema informatizado de agendamento de vacina contra Covid-19, o Vacinapira, além de implantado o Projeto RespirAr, abrangendo toda a rede municipal de atenção básica à saúde.
Mesmo em face de todo este bom trabalho realizado, temos que destacar que, sem dúvidas, a vacinação foi o grande marco na determinação da dinâmica e do curso da pandemia. Essa diferença que evidenciamos entre esses três momentos – a primeira grande onda; a segunda, vivida entre o final de 2021 e o início de 2022; e o que atualmente desfrutamos -, aponta, fundamentalmente, para os efeitos da grande cobertura vacinal que atingimos que, quando não garante a imunidade plena, proporciona uma redução significativa na gravidade do caso.
É nesse contexto que vivemos esse novo período de estabilidade, porém com uma diferença marcante: a cobertura vacinal hoje é a maior já atingida, não há outra situação epidêmica associada e já estamos com as medidas restritivas e protetivas suspensas quase que na sua totalidade, restando apenas a obrigação do uso de máscaras de proteção nos estabelecimentos de saúde.
Então, embora não possamos anunciar o final da pandemia, podemos afirmar com maior segurança que, neste momento, a Covid-19 não se configura mais como uma emergência de saúde pública.
Temos que lembrar que o período das festas de final de ano, após o qual registramos a última grande onda de Covid-19 que enfrentamos, estão se aproximando e se faz necessário que tenhamos uma postura mais responsável sobre qualquer situação de suspeita de quadro respiratório identificada.
Esse episódio da nossa história deixa claro que somente poderemos vencer as adversidades que atingem nossa população, nosso povo, com espírito coletivo e solidário, onde cada um faz a sua parte para alcançar o bem comum.
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Filemon de Lima Silvano, secretário municipal de Saúde de Piracicaba