José Osmir Bertazzoni
Uma fraude eleitoral ocorrendo em São Paulo, o Estado mais desenvolvido da União, é o presente do bolsonarismo, a insanidade de muitos eleitores que não enxergam o óbvio nem diante do nariz. O candidato ao Governo Tarciso de Freitas (Carioca, nascido, criado, educado e cidadão do Rio de Janeiro) nunca teve qualquer envolvimento intelectual ou laboral com o Estado de São Paulo e está prestes a se eleger governador do nosso Estado.
O povo paulista não conseguiu ver as relações estranhas entre Tarciso, família Bolsonaro, Fabrício Queiroz e milicianos do Rio de Janeiro, abrindo, assim, um espaço para que essas milícias também ocupem São Paulo, fortalecendo o crime organizado em sentido contrário à melhoria das nossas instituições políticas. No primeiro debate, na Rede Bandeirantes de Televisão, Tarciso de Freitas (Republicanos) apresentou-se com “decoreba”, transparecendo ser um robozinho com chips ligados no fronte cerebral e argumentações com erros e desconhecimentos terríveis do Estado de São Paulo, fazendo apenas apelos e nadando no desempenho de Bolsonaro, um novo BolsoDória agora em forma de BolsoFreitas.
O candidato Fernando Haddad (PT) foi prefeito de São Paulo, professor de profissão e tem amplo conhecimento sobre esse estado e o Brasil. Ele foi claro em suas argumentações e, preciso e com folga, superou o “Robô Freitas” colocado por Bolsonaro para tomar São Paulo para os milicianos. Tarciso também, no final da reta, virou um “Bundão”, fugiu dos debates e entrevistas nas principais redes de televisão do Estado de São Paulo, percebendo que sua primeira apresentação robótica foi um fracasso.
Precisamos alertar o povo paulista de que a intromissão de outros estados com proteção do governo Bolsonaro é a dominação do Estado que perderá o status de “Locomotiva do Brasil”, teremos, certamente, a deterioração da nossa indústria e de nossas universidades, jogando São Paulo em condições degradantes e prejudiciais ao nosso povo paulista.
Vamos colocar como exemplo o que pode acontecer com a cidade e o Estado de São Paulo nas mãos de um forasteiro, faríamos uma analogia com o que aconteceu com a cidade norte-americana de Detroit, antes conhecida, nos Estados Unidos, como Motor City. Na realidade, à cidade já não resta muito da força produtiva. De 40 fábricas de montagem de veículos e de componentes das marcas de automóveis no estado do Michigan, apenas cinco ficam dentro dos limites da urbe. A Ford está sediada em Dearborn e a Chrysler em Auburn Hills.
Isso explica, em parte, o longo esvaziamento da cidade. A outra deve-se à questão racial, exposta nos motins de 1967 e que se acentuou com o chamado white fly, a saída em massa dos brancos para os subúrbios. “Medo e racismo” resumem o empresário afro-americano Bobby Burton. Para quem não acredita na história e não conhece o abandono de Detroit e as consequências de um sistema divisor interessado em enfraquecer a força do Estado de São Paulo também aos moldes da revolução de 1932, teremos que fazer uma historiografia da desgraça anunciada.
Se São Paulo quer se manter em sua posição de referência nacional e internacional, deve rejeitar esta proposta da retomada do escravagismo moderno em nosso Estado.Fernando Haddad é muito mais preparado e cidadão paulista defensor de nossas fronteiras históricas com respeito e admiração a todos os demais estados da União, porém com nossa forma de trabalhar.
José Osmir Bertazzoni, 64, jornalista e advogado.