Paulo Campos
Quem acessar as plataformas digitais do Governo Federal haverá de encontrar algumas da inúmeras propostas que tramitam entre a presidência da república e o Congresso Nacional, com o objetivo de estancar os efeitos nocivos da educação do pós pandemia, onde milhões dos nossos jovens ficaram enclausurados, desviando-se dos objetivos pedagógico sugeridos pelas instituições do ensino público e privado, preferindo desafios e brincadeiras mais saborosas oferecidas pelo mundo virtual, ao invés dos compromissos diários sugeridos pelos seus mestres que, mesmo a distância, tentavam transmitir o animo necessário para que o fluxo das leituras não se perdessem; o contato entre os estudantes e mantivesse; as rotinas diárias do ensino não fossem apagadas e, em especial, que o interesse pelas áreas diversas do ensino como a matemática, a física, o ensino de idiomas, não se perdesse em meios às brincadeiras possíveis entre um clique e outro.
Das várias e importantes críticas que herdamos daquele período e ainda hoje não conseguimos adequar uma delas, em especial, vale a nossa atenção e a convocação de ideias capazes de implementá-las. Muitas jovens e suas famílias não possuíam a internet de banda larga em suas casas, capazes de absorverem os desafios da educação básica das nossas redes públicas federal, estaduais, municipais. A constatação irreversível da falta de apoio técnico, de celulares, computadores e até de energia elétrica em muitos dos rincões brasileiros, além de inexorável é ao mesmo tempo impulsionador de um compromisso governamental com a sociedade, de tornar acessíveis equipamentos e redes que atinjam a todos os públicos. E, especialmente, os maios jovens, que praticamente durante dois anos, tiveram pouco acesso aos bancos escolares.
Outro dos desafios inadiáveis à educação pública brasileira é o fim da progressão continuada, um desserviço a todos nós. Professores e diretores de escolas sendo estimulados, de forma inadequada, a conseguirem resultados positivos para suas escolas, que os estimulam a passar de ano alunos que mal sabem escrever, ler ou contar. Quanto mais abstraírem-se em relação a assuntos mais densos coo química ou física. Além de diminuírem o interesse pelo ensino de outros idiomas. E aí já nem mais se fale do necessário inglês, com o qual convivem muitos de nós nas redes sociais, com novos amigos em países distantes. Um olhar para o mandarim, necessário e essencial aos novos tempos, ao espanhol que nos cerca ao redor do restante da nossa América Latina, os nossos falares afros, indígenas, que enriqueceram idioma pátrio. A quem queremos mentir, com o desastroso processo de progressão continuada?
E, por fim, outro dos importantes desafios na pauta da educação brasileira para os próximos anos é repensar o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) um programa do Ministério da Educação criado com o objetivo de financiar estudantes de graduação em cursos superiores bem avaliados da iniciativa privada. Bom lembrar que o atual governo propôs uma renegociação de dívidas entre este público no valor de 92% do devido, que poderá ser refinanciado em 150 meses facilitando enormemente a continuidade destes estudos. Mas não podemos, queremos ou devemos, que os nossos jovens estudantes do ensino superior, ao invés de ganharem sua liberdade funcional no mercado de trabalho, entrem para a vida profissional arcando com dívidas impagáveis. Mas, para além desta e outras tantas tarefas, caberá ao governo federal prestar mais atenção e ter mais cuidado quando redigir suas leis orçamentárias anuais, de ser mais responsável com as demandas do Estados e cidades brasileiras, com o objetivo de fazer da educação a mola propulsora para o progresso da Nação.
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Paulo Campos, vereador licenciado pelo Podemos, em Piracicaba