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Profilaxia Pós-Exposição ao HIV: perguntas e respostas sobre a PEP

Em mais de uma década de trabalho, e com tantos projetos já desenvolvidos, uma das especialidades do Caphiv (Centro de Apoio ao HIV/Aids e Hepatites Virais) é trazer ao nosso público-alvo, mas também à população em geral, informações importantes que se relacionamento não apenas aos tratamentos, mas à prevenção a ISTs (infeccções sexualmente transmissíveis). Desta forma, nesta semana trazemos informações importantes sobre a PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV), que estão facilmente disponíveis no site do Ministério da Saúde.

 

O QUE É?

A PEP é uma medida de prevenção de urgência para ser utilizada em situação de risco à infecção pelo HIV, existindo também profilaxia específica para o vírus da hepatite B e para outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). Consiste no uso de medicamentos ou imunobiológicos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como: – violência sexual; – relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu rompimento); e – acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).

A PEP é uma tecnologia inserida no conjunto de estratégias da Prevenção Combinada, cujo principal objetivo é ampliar as formas de intervenção para atender às necessidades de cada pessoa ou ainda das possibilidades de inserir o método preventivo na sua vida. Essas medidas visam evitar novas infecções seja pelo HIV ou pela hepatite B e outras IST.

 

COMO FUNCIONA A PEP PARA O HIV?

Como profilaxia para o risco de infecção pelo HIV, a PEP tem por base o uso de medicamentos antirretrovirais com o objetivo de reduzir o risco de infecção em situações de exposição ao vírus.

Trata-se de uma urgência médica e deve ser iniciada o mais rápido possível –preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição de risco e no máximo em até 72 horas. A profilaxia deve ser realizada por 28 dias e a pessoa tem que ser acompanhada pela equipe de saúde, inclusive após esse período realizando os exames necessários.

Existe a recomendação de que toda pessoa com exposição sexual de risco ao HIV seja avaliada para um eventual episódio de infecção aguda pelos vírus das hepatites A, B e C.

 

POR QUE DEVO VOLTAR DUAS SEMANAS DEPOIS SE JÁ RECEBI OS 30 COMPRIMIDOS PAR OS 28 DIAS?

Porque mais de 50% das pessoas apresentam efeitos adversos. Apesar de a maioria serem leves tipo dor de cabeça, desarranjo intestinal e cansaço é preciso verificar outras questões inclusive se é necessário fazer a troca dos medicamentos.

 

SE SENTIR EFEITO ADVERSO, DEVO/POSSO ABANDONAR A PEP?

Você não deve abandonar o tratamento! Deve procurar o serviço de saúde que indicou a profilaxia e relatar a situação. O medicamento poderá ser trocado por outro. E lembre-se que é melhor terminar o mês de tratamento e se livrar do HIV do que ficar com o HIV pelo resto da vida!

 

QUANDO ESTOU TOMANDO PEP POSSO PARAR DE USAR PRESERVATIVO?

O preservativo é uma barreira de proteção para várias infecções e a PEP é indicada apenas para evitar a infecção pelo HIV. Outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), como a sífilis e a gonorreia e mesmo as hepatites virais não são evitadas com o uso da PEP. Logo para evitar outras infecções é necessário o uso consistente da camisinha.

 

PEP HIV PODE SER CONSIDERADA UMA VACINA?

Não. A PEP é uma profilaxia para evitar a reprodução do HIV no corpo. Ainda não existe vacina para o HIV.

 

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE PEP E PrEP?

A PEP é o uso de medicamentos antirretrovirais após um possível contato com o HIV. Para que a PEP seja efetiva, ela deve ser iniciada logo após a exposição de risco, preferencialmente nas duas primeiras horas, e em até 72 horas.

Já a PrEP – Profilaxia Pré-Exposição ao HIV – é o uso dos medicamentos antirretrovirais antes da exposição ao HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com o vírus. A PrEP deve ser utilizada se você se encontra em alto risco de contrair o HIV.

A PrEP não é para todos e também não é uma profilaxia de emergência, como é a PEP. Os públicos prioritários para PrEP são as populações-chave, que estão sob maior risco e que concentram o maior número de casos de HIV no país: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH); pessoas trans; trabalhadores/as do sexo e parcerias sorodiferentes (uma parceria sexual onde uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não).

 

Essas são algumas dos principais questionamentos a respeito da PEP listadas no site do Ministério da Saúde. Para obter ainda mais detalhes, você pode acessar o aids.gov.br. Lembrando, ainda, que a PEP é oferecida gratuitamente pelo SUS.

 

Paulo Soares, presidente da Caphiv (Centro de Apoio ao HIV/Aids e Hepatites Virais).

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