Continuamos nas ruas lutando por valorização

Professora Bebel

 

No dia 29 de março, mais de 5 mil professores e professoras de todas as regiões do estado de São Paulo voltaram à Assembleia Legislativa para lutar em defesa da sua vida profissional, reajuste salarial, carreira e condições de trabalho.
Em assembleia estadual, a categoria decidiu pela realização de um calendário de luta e mobilização que culminará em uma nova assembleia no dia 8 de abril, às 14 horas, no MASP, Avenida Paulista, São Paulo.
Na sessão plenária da ALESP no dia 29, lamentavelmente a dupla Doria/Rossieli (governador João Doria e secretário da Educação, Rossieli Soares) conseguiu aprovar o método de votação do governo, que impediu a separação da votação do reajuste salarial e da parte que se refere à farsa da “nova carreira” do magistério. Na sequência, após uma série de manobras, em rito sumário, o governo conseguiu 50 votos suficientes para aprovar o PLC 3 na íntegra.
Como parte da estratégia para obter esse resultado, o governo usou recursos e transporte oficial para mobilizar assessores e servidores da estrutura da SEDUC. Graças à nossa grande mobilização, desde as primeiras horas da manhã, essa claque não conseguiu ocupar os espaços da ALESP, como era o plano de Rossieli.
A APEOESP irá novamente requerer informações oficiais sobre essa mobilização irregular, indagando sobretudo se esses servidores foram remunerados para dela participarem, pois os professores e as professoras que estiveram na ALESP terão descontos em seus salários, como tem sido a prática desse governo.
Não vamos aceitar as imposições do governo Doria/Rossieli. Não aceitamos a chantagem da aprovação da farsa da “nova carreira”, que nos prejudica profundamente, em troca de um reajuste irrisório de 10%. Esse reajuste é nosso por direito, por isonomia com os demais segmentos dos servidores públicos estaduais. Vamos continuar esclarecendo nossa categoria sobre as perdas de direitos que implicam a adesão a essa “nova carreira”.
Exigimos o reajuste de 33,24% referente ao piso salarial profissional nacional. Não aceitamos abono complementar, como tem sido a prática deste governo. Para tanto, nosso sindicato já ingressou com ação coletiva no Tribunal de Justiça de São Paulo, que aguarda julgamento.
Ao mesmo tempo, o fim do vergonhoso confisco é questão de honra para mim e para a APEOESP. Estou lutando na ALESP para que a Casa formule um projeto suprapartidário para acabar com esse verdadeiro roubo que se comete contra servidores e servidoras que dedicaram toda a vida a bem atender à população.
Também é preciso dizer que esse governo destruidor da educação pública quer impor mais mil escolas do Programa de Ensino Integral, onde ocorre assédio moral aos professores e às professoras e de onde se expulsam os estudantes trabalhadores.
Em muitas escolas – inclusive PEIs – falta merenda escolar. Os estudantes se alimentam adequadamente apenas alguns dias por semana, recebendo nos demais dias apenas bolachas e outros itens de baixo valor nutritivo. Em muitas outras escolas faltam professores, resultando em turmas de estudantes que não tiveram ainda nenhuma aula desde o início do ano letivo.
Enquanto esses governantes descompromissados pensam em suas carreiras políticas, a escola pública está abandonada. Não aceitamos e vamos lutar.
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Professora Bebel, deputada estadual pelo PT e presidenta da Apeoesp

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